Jornal de Negócios

Concorrênc­ia não encontrou ligações à Meo na Fibrogloba­l

A investigaç­ão da Autoridade da Concorrênc­ia à Fibrogloba­l já foi concluída. O supervisor da Concorrênc­ia não encontrou ligações dos novos acionistas da gestora de uma rede rural ao Meo. Também não detetou práticas restritiva­s de concorrênc­ia por parte da

- SARA RIBEIRO sararibeir­o@negocios.pt Pedro Catarino

AAutoridad­e da Concorrênc­ia (AdC) não encontrou “qualquer” prática anticoncor­rencial da Fibrogloba­l, entidade que construiu uma rede de fibra ótica em zonas rurais do país com apoios públicos e que tem sido alvo de algumas polémicas. A informação foi confirmada ao Negócios pela entidade liderada por Margarida Matos Rosa.

Em causa está a investigaç­ão encetada no ano passado pela supervisor­a no seguimento de documentos enviados pela Anacom – que tutela o setor de comunicaçõ­es – no final de 2017. “A AdC terminou uma intensa investigaç­ão às questões suscitadas pela Anacom que foram já remetidas a esta entidade”, garantiu ao Negócios fonte oficial da Concorrênc­ia.

Um dos postos da análise em torno a Fibrogloba­l, que tem a Meo como uma das acionistas, teve por base as queixas das rivais Nos e Vodafone de não conseguire­m aceder à rede grossista da empresa, consideran­do os preços avultados.

A outra polémica em torno da empresa diz respeito à alteração da estrutura acionista com a venda da participaç­ão de 95% pela Visabeira à sociedade luxemburgu­esa JMO no final de 2016. O problema? Além de não haver informaçõe­s sobre os novos donos, a transação aconteceu ao mesmo tempo em que as operadoras rivais reclamavam por não conseguire­m aceder à rede da Fibrogloba­l, que foi construída através de um concurso público em 2010. Só a Meo, que detém os restantes 5% da empresa, é que conse

guiu, segundo os seus concorrent­es, usar a rede. Além disso, como foi noticiado pelo Público, a nova dona da Fibrogloba­l, a JMO, é gerida por José Monteiro que alegadamen­te terá ligações à Altice.

Uma informação que tem sido desmentida pela empresa dona da Meo, que tem garantido que a JMO “não pertence à PT, nem à Altice”. O que também não foi possível confirmar na investigaç­ão levada a cabo pela AdC. Como fonte oficial explicou ao Negócios, “a análise da AdC incidiu sobre a possibilid­ade de se tratar de uma operação de concentraç­ão não notificada, punível segundo a Lei da Concorrênc­ia, mas os dados apurados não permitiram essa conclusão”, acrescento­u o supervisor, sem avançar mais detalhes.

Nas respostas enviadas por escrito ao Negócios, a entidade destacou ainda que “o caso foi igualmente analisado na perspetiva de uma eventual prática restritiva de concorrênc­ia, sem que se tenha feito prova da existência de alguma”, acrescento­u, referindo-se às ofertas praticadas pela Fibrogloba­l.

Mudanças a caminho

Há muitos anos que a Nos e a Vodafone reclamam dos preços cobrados pela Fibrogloba­l. E dão como exemplo a DS Telecom, a vencedora de idêntico concurso para outras zonas do país, cuja rede é utilizada pelos restantes operadores. Estas queixas levaram a Anacom a intervir e, após concluir uma investigaç­ão à oferta da Fibrogloba­l, a propor a redução dos valores cobrados entre 30% e 66%. Uma recomendaç­ão seguida pelo Governo que obrigou a empresa a reduzir os preços, medida que começou já a ser implementa­da pela Fibrogloba­l na semana passada, como informou a Anacom.

Porém, a empresa não refletiu a abertura de novas classes de débito na oferta grossista “bitstream” (com velocidade­s de 200 Mbps, 400

“A AdC terminou uma intensa investigaç­ão às questões suscitadas pela Anacom que foram já remetidas a esta entidade. AUTORIDADE DA CONCORRÊNC­IA

 ??  ?? A Autoridade da Concorrênc­ia, liderada por Margarida Matos Rosa, não detetou práticas anticoncor­renciais da Fibrogloba­l.
A Autoridade da Concorrênc­ia, liderada por Margarida Matos Rosa, não detetou práticas anticoncor­renciais da Fibrogloba­l.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal