Banca com menos 10 mil colaboradores desde a troika
As instituições financeiras perderam milhares de trabalhadores nos últimos anos, mas esta tendência parece querer inverter-se. De acordo com os dados da APB, registou-se no último ano um aumento de mais de 300 colaboradores no setor financeiro nacional.
A saída de colaboradores fez parte da estratégica dos bancos para reduzir custos nos últimos anos, em conjunto com o encerramento de balcões em todo o país. Desde a entrada da “troika” em Portugal, em 2011, que as instituições financeiras perderam cerca de 10 mil funcionários, num período marcado por uma crise financeira, mas também pela resolução do Banco Espírito Santo e integração de instituições como foi o caso do Banif e Popular.
Porém, depois de sete anos marcados por uma descida do número de colaboradores no setor financeiro nacional, esta tendência parece agora querer inverter-se. De acordo com os dados da Associação Portuguesa de Bancos (APB) para 2018, registou-se um aumento de 319 funcionários no setor em comparação com o ano anterior. Esta mudança de ritmo acontece numa altura em que os bancos portugueses estão a apostar na contratação de mão-de-obra especializada, nomeadamente em tecnologia, de forma a acompanhar a digitalização do setor.
Paulo Marcos, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, afirmou, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, esperar que “haja 1.400 a 1.500 admissões” este ano, “o que contrasta com 2015, ano em que a banca como um todo provavelmente não admitiu 400 pessoas”. Para o responsável, “há uma alteração de paradigma”.
Esta vontade foi já expressada por Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Totta, na apresentação dos resultados para o primeiro trimestre. O gestor indicou que o banco quer contratar pessoas mais qualificadas, como de engenharia informática e matemática, pretendendo que, “por cada três pessoas que saiam em reforma ou pré-reforma, seja contratada uma” com competências adaptadas sobretudo à digitalização do setor.