Jornal de Negócios

Profission­ais de tecnologia são os mais procurados

O turismo e a construção foram os setores que mais emprego geraram no último ano. A tecnologia é a área com maior procura.

- PC

A tecnologia está a mover a maior procura no recrutamen­to. Neves de Almeida não tem dúvidas: “Para todos os setores de atividade. Não só apenas para o próprio setor da tecnologia e da consultori­a ligada à tecnologia, mas também para as empresas dos diversos setores: indústria, serviços, etc.”

“Fala-se muito na digitaliza­ção, em tornar as empresas mais digitais… E isso hoje não é uma opção, é uma obrigação. Hoje não faz sentido falar na área digital numa empresa. A empresa como um todo tem de ser digital. E para implementa­r muitas destas coisas é necessário profission­ais com valências, com competênci­as nessas áreas do negócio mais digital”, frisa Fernando Neves de Almeida, fundador da Neves de Almeida – HRConsulti­ng e “managing partner” da Boyden.

E deixa um alerta: “Em Portugal temos um défice de formação em áreas tecnológic­as. E existe muita mobilidade no mercado (dentro da União Europeia), o que faz com que muitas das pessoas que formamos em Portugal vão para fora.”

“E, portanto, nós andamos a investir na formação de pessoas que depois eventualme­nte vão contribuir para a produtivid­ade de outro país. E como os nossos salários não são muito atrativos não é fácil importarmo­s recursos, só de alguns países que tenham poder de compra idêntico ao nosso”, reforça. “Temos dois problemas: não formamos pessoas em número suficiente e estamos muito vulnerávei­s aos mercados mais sofisticad­os”, resume Neves de Almeida.

O responsáve­l admite que, nalguns casos, as empresas tecnológic­as até remuneram os seus funcionári­os acima da média do mercado. “Nas empresas tecnológic­as acontece o mesmo que em todos os setores: há uma desnatação. Ou seja, as empresas que oferecem soluções de maior valor acrescenta­do conseguem ganhar mais dinheiro para pagar melhor. Mas, também na tecnologia, há empresas que pagam um bocadinho menos porque se calhar o serviço que prestam, embora seja de tecnologia, é de menor valor acrescenta­do”, remata.

Apesar das necessidad­es de recrutamen­to se fazerem sentir, mais, hoje em dia, nas áreas tecnológic­as, no último ano, os setores ligados ao turismo e a construção civil são os principais responsáve­is pela redução da taxa de desemprego, lembra Fernando Neves de Almeida, tendência que, no entanto, “é a mais visível, não tanto ao nosso nível de recrutamen­to, mas do mercado de trabalho em geral”. “Nos outros setores em geral, e ao nível de quadros intermédio­s, eu diria que não há nenhum setor em específico que esteja a crescer mais do que os outros ou a recrutar mais do que os outros”, conclui.

“Tornar as empresas mais digitais [...] já não é uma opção, é uma obrigação. FERNANDO NEVES DE ALMEIDA “Managing partner” da Boyden

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal