Ibersol “tira” restaurantes KFC dos centros comerciais
Sem margem para crescer nos “shoppings”, que condicionam a oferta de horário alargado e outros serviços, o investimento na marca de restauração em 2019 está concentrado nas ruas, onde vai gastar 4,5 milhões de euros para abrir cinco novas lojas, de Ermesinde ao Seixal.
O grupo Ibersol está a expandir a rede de restaurantes da KFC em Portugal, seguindo “a tendência de complementar” a presença nos centros comerciais com a abertura de cada vez mais lojas de rua, que atualmente já representam seis dos 27 balcões espalhados pelo país.
Aliás, segundo adiantou ao Negócios o gestor da marca em Portugal, Elísio Ribeiro, os cinco restaurantes que abrirá em 2019, num investimento previsto a rondar os 4,5 milhões de euros, serão todos localizados fora de “shoppings”. É o caso da unidade de Ermesinde, que já está em construção, mas também de Mem Martins (Sintra), do Seixal e das duas novas no Porto.
Por um lado, a autoproclamada líder mundial na venda de pedaços inteiros e sanduíches de frango, presente em Portugal desde 1996 e operada por este grupo nortenho, já está nos principais centros comerciais do país. Ou seja, “a expansão tem de efetuar-se noutras zonas”, incluindo aquelas onde não existem este tipo de espaços.
Por outro, acrescentou o porta-voz da sociedade detida por Alberto Teixeira e António Pinto de Sousa, comprada à Sonae há mais de duas décadas, “os conceitos em rua permitem dar uma mais adequada expressão à marca”, ao viabilizar a oferta de outros serviços, como horários alargados, “drive-thru” [comprar a refeição sem sair do carro] ou parque infantil.
Angola “afetada” pela crise
Cotada em bolsa desde 1997, a Ibersol é uma das maiores empresas do setor da restauração a nível ibérico – em outubro de 2016 adquiriu o Eat Out Group (EOG) no país vizinho –, explorando nos dois países várias concessões, como Pizza Hut ou Burger King, entre outras marcas próprias e franquiadas. Em 2018, os lucros caíram 20% em termos homólogos e faturou 450 milhões de euros, empregando cerca de dez mil pessoas a nível global.
Fora da Península, na Itália e Marrocos possui restaurantes Pans no modelo de franquia; e em Angola, onde está também com a Pizza Hut, abriu em 2012 o primeiro KFC e opera agora oito em Luanda e um em Benguela. Elísio Ribeiro admite que “a atividade foi profundamente afetada” pela crise do petróleo e diminuição das divisas, que “determinaram uma redução das transações, parcialmente compensada pelo acréscimo de preços”.
Ainda assim, sem contabilizar as perdas, o gestor assegurou que o grupo “continua a considerar que o mercado angolano tem um potencial elevado”, mas frisou que “há que aguardar por sinais de crescimento do consumo e pelos efeitos das medidas tomadas pelo Governo” de João Lourenço.