“A operação é dirigida ao retalho e como tal apostamos na força da marca SIC”
Para que servirão os 30 milhões de euros da emissão?
“A Impresa de hoje não é a Impresa de 2017 [quando falhou a emissão obrigacionista].
A emissão obrigacionista de 30 milhões de euros está a ser realizada pela SIC, e não pela cotada Impresa. Francisco Pedro Balsemão, presidente desta empresa, admite que pretende aproveitar a notoriedade que acredita que a marca SIC tem, nomeadamente com o regresso à liderança das audiências. Acredita, por isso, no sucesso da operação. O juro oferecido, de 4,5%, é considerado “adequado”, até tendo em conta as emissões mais recentes: a da TAP tem uma taxa de 4,375% e a da Mota-Engil, de novembro, é de 4,5%.
Porque optam por fazer a emissão da SIC e não da Impresa?
Esta emissão é dirigida ao retalho. Como tal, apostamos na força da marca SIC, que goza de muita notoriedade. A conquista da liderança de audiências da SIC (dados Gfk/CAEM), em 2019, também foi um fator determinante para que escolhêssemos a SIC como emitente.
Não temem que a emissão seja mal sucedida como a tentada pela Impresa em julho de 2017?
São contextos e “timings” diferentes. A Impresa de hoje não é a Impresa de 2017, como demonstra a evolução nos R&C [relatórios e contas] e nas audiências medidas pela GfK/CAEM, Bareme e Netscope. Esta oferta pública de subscrição é lançada num contexto que consideramos positivo, tanto ao nível de mercado como no que respeita à melhoria recente dos resultados operacionais e das audiências da SIC. Porque optam por fazer uma emissão para o retalho?
Como disse, a liderança de audiências da SIC (dados GfK/CAEM), que tem crescido a cada mês, e a melhoria dos resultados operacionais foram temas considerados. Note-se, em qualquer caso, que uma oferta pública de subscrição abrange não apenas o grande público como também investidores institucionais e qualificados. O montante angariado servirá para diversificar as fontes de financiamento da Impresa e alargar a maturidade média da dívida. O empréstimo visa substituir dívida de curto prazo por dívida a médio e longo prazo, sempre tendo em conta a melhoria dos resultados do Grupo e os interesses dos nossos “stakeholders”.
A conquista da liderança de audiências da SIC, em 2019, também foi um fator determinante para que escolhêssemos a SIC como emitente.
O juro oferecido é superior ao que a Impresa paga pelos empréstimos à banca (cujo máximo está nos 4%). Que impacto nos resultados terá uma taxa superior? E que impacto terá na Impresa? Esta operação está devidamente prevista em orçamento e enquadrada com os planos de tesouraria e negócios definidos. Consideramos que a taxa de juro é a mais adequada para esta operação, tendo em conta que é a primeira emissão dirigida ao retalho, não apenas pela SIC como também por um operador de comunicação social em Portugal.
A taxa de juro é a mais adequada para esta operação. FRANCISCO PEDRO “BALSEMÃO Presidente-executivo da Impresa
Admitem passar a cotar a SIC em vez da Impresa?
Não, nada está previsto nesse sentido. A SIC foi apenas a emitente da operação pelas razões mencionadas.
A SIC aumentou os empréstimos à Impresa de 25 milhões em 2017 para 51 milhões em 2018. Não fica a SIC muito alavancada?
O empréstimo visa substituir dívida de curto prazo por dívida a médio e longo prazo, melhorando a estrutura financeira da SIC e da Impresa.