Jornal de Negócios

“A operação é dirigida ao retalho e como tal apostamos na força da marca SIC”

Para que servirão os 30 milhões de euros da emissão?

- A FRANCISCO PEDRO BALSEMÃO ALEXANDRA MACHADO

“A Impresa de hoje não é a Impresa de 2017 [quando falhou a emissão obrigacion­ista].

A emissão obrigacion­ista de 30 milhões de euros está a ser realizada pela SIC, e não pela cotada Impresa. Francisco Pedro Balsemão, presidente desta empresa, admite que pretende aproveitar a notoriedad­e que acredita que a marca SIC tem, nomeadamen­te com o regresso à liderança das audiências. Acredita, por isso, no sucesso da operação. O juro oferecido, de 4,5%, é considerad­o “adequado”, até tendo em conta as emissões mais recentes: a da TAP tem uma taxa de 4,375% e a da Mota-Engil, de novembro, é de 4,5%.

Porque optam por fazer a emissão da SIC e não da Impresa?

Esta emissão é dirigida ao retalho. Como tal, apostamos na força da marca SIC, que goza de muita notoriedad­e. A conquista da liderança de audiências da SIC (dados Gfk/CAEM), em 2019, também foi um fator determinan­te para que escolhêsse­mos a SIC como emitente.

Não temem que a emissão seja mal sucedida como a tentada pela Impresa em julho de 2017?

São contextos e “timings” diferentes. A Impresa de hoje não é a Impresa de 2017, como demonstra a evolução nos R&C [relatórios e contas] e nas audiências medidas pela GfK/CAEM, Bareme e Netscope. Esta oferta pública de subscrição é lançada num contexto que consideram­os positivo, tanto ao nível de mercado como no que respeita à melhoria recente dos resultados operaciona­is e das audiências da SIC. Porque optam por fazer uma emissão para o retalho?

Como disse, a liderança de audiências da SIC (dados GfK/CAEM), que tem crescido a cada mês, e a melhoria dos resultados operaciona­is foram temas considerad­os. Note-se, em qualquer caso, que uma oferta pública de subscrição abrange não apenas o grande público como também investidor­es institucio­nais e qualificad­os. O montante angariado servirá para diversific­ar as fontes de financiame­nto da Impresa e alargar a maturidade média da dívida. O empréstimo visa substituir dívida de curto prazo por dívida a médio e longo prazo, sempre tendo em conta a melhoria dos resultados do Grupo e os interesses dos nossos “stakeholde­rs”.

A conquista da liderança de audiências da SIC, em 2019, também foi um fator determinan­te para que escolhêsse­mos a SIC como emitente.

O juro oferecido é superior ao que a Impresa paga pelos empréstimo­s à banca (cujo máximo está nos 4%). Que impacto nos resultados terá uma taxa superior? E que impacto terá na Impresa? Esta operação está devidament­e prevista em orçamento e enquadrada com os planos de tesouraria e negócios definidos. Consideram­os que a taxa de juro é a mais adequada para esta operação, tendo em conta que é a primeira emissão dirigida ao retalho, não apenas pela SIC como também por um operador de comunicaçã­o social em Portugal.

A taxa de juro é a mais adequada para esta operação. FRANCISCO PEDRO “BALSEMÃO Presidente-executivo da Impresa

Admitem passar a cotar a SIC em vez da Impresa?

Não, nada está previsto nesse sentido. A SIC foi apenas a emitente da operação pelas razões mencionada­s.

A SIC aumentou os empréstimo­s à Impresa de 25 milhões em 2017 para 51 milhões em 2018. Não fica a SIC muito alavancada?

O empréstimo visa substituir dívida de curto prazo por dívida a médio e longo prazo, melhorando a estrutura financeira da SIC e da Impresa.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal