Jornal de Negócios

Gulbenkian e tailandese­s contam fechar negócio da Partex ainda este ano

O plano era concluir a venda da Partex até ao final do ano. Tanto o vendedor como o comprador esperam cumprir esta meta apesar da intenção de impugnação por parte dos trabalhado­res.

- ANA BATALHA OLIVEIRA

A Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) anunciou a venda da petrolífer­a Partex aos tailandese­s da PTT Exploratio­n and Production (PTTEP) no passado mês de junho, com o objetivo de a concluir até ao final do ano. Apesar de ter sido noticiada a intenção de impugnação da venda, avançada por um grupo de trabalhado­res da petrolífer­a, tanto o vendedor como o comprador preveem continuar a progredir no processo com normalidad­e e de forma a respeitar a meta de o concluir até ao final de 2019.

A fundação afirma que “o processo [de venda] está a seguir a tramitação habitual dentro dos prazos previstos” enquanto a nova dona, a tailandesa PTTEP, adianta que o rol de aprovações está “na fase final”. A conclusão é unânime: a operação deverá estar concluída até ao final de 2019, dizem ambas as partes, em resposta ao Negócios.

Contudo, poucos dias após o anúncio da operação, surgiu o primeiro foco de turbulênci­a: os trabalhado­res da Partex demonstrar­am-se preocupado­s com o futuro na empresa, uma vez que o acordo de venda só garante os postos de trabalho por dois anos. Levantaram então a hipótese de impugnação da venda, apontando como ilegal o despacho assinado pelo Governo que dispensava a autorizaçã­o governamen­tal para a alienação da Partex.

Já em outubro, o advogado que representa os trabalhado­res em causa, António Garcia Pereira, divulgou que o pedido de impugnação deu entrada na primeira quinzena de setembro. Ressalvou, contudo, à Lusa que os trabalhado­res mantêm a “total disponibil­idade para o diálogo” e para negociar soluções de salvaguard­a dos postos de trabalho ou de saída dos trabalhado­res que assim o pretendam.

Questionad­a se teriam sido avançadas propostas no sentido de responder aos receios dos trabalhado­res, a Fundação remete para o acordo conseguido na altura da venda. A FCG diz ter ido mais longe do que o previsto na lei ao assegurar os postos de trabalho durante um período de dois anos, uma “proteção muito pouco frequente nos contratos relativos à compra e venda de empresas e que, naturalmen­te, tem um custo que se reflete no valor final do negócio”, o qual foi anunciado por cerca de 622 milhões de dólares (553,3 milhões de euros).

Os tailandese­s dizem estar a cumprir com os termos do acordo e negam ter avançado com propostas adicionais.

 ?? Tiago Petinga/Lusa ?? A venda da Partex à tailandesa PTTEP foi anunciada no passado dia 17 de junho.
Tiago Petinga/Lusa A venda da Partex à tailandesa PTTEP foi anunciada no passado dia 17 de junho.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal