Estrangeiros mais jovens e qualificados do que os nacionais
A população estrangeira a residir em Portugal é mais jovem e tem níveis de escolaridade médios superiores aos dos nacionais. Estes são dois dos fatores que explicam que desde meados do ano passado estejam a dar um contributo determinante para evitar a queda da população ativa no país. A conclusão consta de um estudo incluído no Boletim Económico de outubro do banco central.
O envelhecimento da população é um dos desafios fundamentais para o mercado de trabalho: com mais população idosa, os portugueses em idade para trabalhar têm vindo a diminuir. Mas os imigrantes estão a dar uma ajuda fundamental para evitar a quebra da oferta de trabalho, que restringe as potencialidades de crescimento da economia. “Desde meados de 2018 a população ativa estrangeira tem permitido sustentar a evolução da população ativa”, lê-se no relatório. São sobretudo brasileiros, mas também italianos e britânicos.
De acordo com o estudo, baseado no inquérito ao emprego do INE, no primeiro semestre de 2019 havia 198 mil residentes estrangeiros em Portugal em idade ativa (ou seja, entre os 15 e os 64 anos), o equivalente a 3% da população total neste escalão etário. Destas quase 200 mil pessoas, 158 mil participavam ativamente no mercado de trabalho (ou estavam a trabalhar, ou à procura de emprego) e 87% tinham emprego.
Os economistas do BdP sublinham ainda que há agora menos estrangeiros residentes com formação apenas até ao ensino básico (pesam 30% do total, menos 20 pontos percentuais do que em 2011). Entre os nacionais, o peso também baixou, mas continua ligeiramente abaixo dos 50%.