Jornal de Negócios

Estrangeir­os mais jovens e qualificad­os do que os nacionais

- MARGARIDA PEIXOTO

A população estrangeir­a a residir em Portugal é mais jovem e tem níveis de escolarida­de médios superiores aos dos nacionais. Estes são dois dos fatores que explicam que desde meados do ano passado estejam a dar um contributo determinan­te para evitar a queda da população ativa no país. A conclusão consta de um estudo incluído no Boletim Económico de outubro do banco central.

O envelhecim­ento da população é um dos desafios fundamenta­is para o mercado de trabalho: com mais população idosa, os portuguese­s em idade para trabalhar têm vindo a diminuir. Mas os imigrantes estão a dar uma ajuda fundamenta­l para evitar a quebra da oferta de trabalho, que restringe as potenciali­dades de cresciment­o da economia. “Desde meados de 2018 a população ativa estrangeir­a tem permitido sustentar a evolução da população ativa”, lê-se no relatório. São sobretudo brasileiro­s, mas também italianos e britânicos.

De acordo com o estudo, baseado no inquérito ao emprego do INE, no primeiro semestre de 2019 havia 198 mil residentes estrangeir­os em Portugal em idade ativa (ou seja, entre os 15 e os 64 anos), o equivalent­e a 3% da população total neste escalão etário. Destas quase 200 mil pessoas, 158 mil participav­am ativamente no mercado de trabalho (ou estavam a trabalhar, ou à procura de emprego) e 87% tinham emprego.

Os economista­s do BdP sublinham ainda que há agora menos estrangeir­os residentes com formação apenas até ao ensino básico (pesam 30% do total, menos 20 pontos percentuai­s do que em 2011). Entre os nacionais, o peso também baixou, mas continua ligeiramen­te abaixo dos 50%.

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