Jornal de Negócios

Disparidad­e económica entre as regiões portuguesa­s diminuiu

As Áreas Metropolit­anas de Lisboa e do Porto estão comparativ­amente mais pobres. Já as regiões do Norte destacam-se por terem crescido, em média, mais rapidament­e do que as regiões mais prósperas.

- MP

Entre 1995 e 2017, as disparidad­es económicas entre as várias regiões portuguesa­s diminuíram. Ou seja, o país está economicam­ente menos desigual, o que é uma notícia positiva. O problema é que as diferenças ainda são elevadas e ao ritmo a que se corrigem, será preciso esperar cerca de 60 anos para que se reduzam para metade.

A conclusão é do Banco de Portugal e consta de uma análise incluída no Boletim Económico de outubro, publicado ontem. Através de duas metodologi­as de análise, que consideram o PIB regional per capita, os economista­s do banco central argumentam que as regiões mais pobres se estão a aproximar da média nacional.

Isto porque entre 1995 e 2017 cresceram, em média, mais depressa do que as mais prósperas – isto é particular­mente evidente nas regiões do Norte, assegura o estudo. Ainda assim, “a velocidade de convergênc­ia é de 1,1% ao ano, implicando que são necessário­s cerca de 60 anos para reduzir para metade a diferença inicial entre os rendimento­s per capita das regiões,” indica o relatório.

O Banco de Portugal vai ainda mais longe: a evidência de convergênc­ia “não reflete somente a aproximaçã­o das regiões com menor rendimento ao nível médio nacional”, lê-se no relatório. “Apesar de o PIB per capita da Área Metropolit­ana de Lisboa, em percentage­m do de Portugal, se manter significat­ivamente acima da média, este reduziu-se no período em análise, em particular a partir de 2009 (passando de 142% para 132% em 2017),” sublinha o documento.

Por outras palavras, não foram só as regiões mais pobres que ganharam rendimento, aproximand­o-se da média. Foi também a capital que, em termos comparativ­os, empobreceu (uma explicação poderá ser a grande crise económica).

O mesmo movimento também se verificou na Área Metropolit­ana do Porto, que em 1995 era a quarta região mais rica do país, com um PIB per capita idêntico à média nacional, e que em 2017 passou para a sétima posição e já fica um pouco aquém.

Quem subiu e quem desceu

“As três regiões no topo [Área Metropolit­ana de Lisboa, Alentejo Litoral e Algarve] de 1995 a 2017, apesar da diminuição do PIB per capita relativo da região da capital”, adianta o Banco de Portugal. Mas houve descidas e subidas. Por exemplo, a Beira Baixa, a Madeira, os Açores e o Ave estão mais próximos da média nacional, enquanto a Lezíria do Tejo, o Médio Tejo, Oeste, Coimbra e a Área Metropolit­ana do Porto empobrecer­am.

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