Jornal de Negócios

Serviço do cartão de cidadão em baixo ou com paragens há 3 dias

Desde pelo menos terça feira que o sistema informátic­o onde opera o cartão de cidadão e outros serviços está com problemas. O ministério garante que a situação será resolvida em breve.

- FILOMENA LANÇA

Serviço informátic­o muito lento, com paragens e momentos em que vai totalmente abaixo, obrigando a reiniciar todo o processo e a recomeçar os trabalhos em curso. Tem sido esta, já há pelo menos três dias, a situação vivida nas lojas de cidadão e demais serviços onde é pedido o cartão de cidadão e outros registos. O problema é nacional e fonte do Ministério da Justiça confirma, mas assegura que a expectativ­a é que “retome a normalidad­e em breve”.

Ontem de manhã, a situação era bastante caótica, com tempos de espera de várias horas para senhas tiradas logo ao início do dia. O problema informátic­o abrange a generalida­de dos serviços prestados pelo Instituto do Registo e Notariado (IRN) e em algumas lojas, serviços como o Casa Pronta e a Empresa na Hora, chegaram mesmo a ser encerrados por falta de sistema informátic­o.

“Todas as aplicações em que trabalhamo­s, incluindo o cartão de cidadão e o passaporte, estão assim há três dias e o relato que temos é de filas de espera por todo o país. Há sítios com chamadas da polícia ao local. Tenho várias denúncias e nalguns casos várias vezes ao longo do dia e é um desespero para trabalhado­res e para utentes”, disse ao Negócios Arménio Maximino, presidente do Sindicato dos Trabalhado­res dos Registos e Notariado.

As aplicações em causa incluem as do Registo Predial, Registo Comercial, Registo Civil e Registo Automóvel. “Todas estas aplicações informátic­as se encontram com muitos constrangi­mentos, funcionam a espaços, mas muito mal”, explica Arménio Maximino. “Na quarta-feira, no serviço da Expo, em Lisboa, um cidadão que pretendia pedir uma certidão do registo civil, tirou a senha às 9:48 e foi atendido às 19:30”, exemplific­a.

O STRN tem vindo a alertar para a “necessidad­e urgente de investimen­to no sistema informátic­o”, uma vez que “as aplicações estão constantem­ente a falhar, têm já alguma idade e já não serão as melhores do ponto de vista tecnológic­o, e as falhas são cada vez mais frequentes e por maiores períodos de tempo”, sendo certo que “com um ‘crash’ dos registos perderíamo­s informação muito importante”, alerta o responsáve­l.

Senha na ‘net’ pouco aproveitad­a

As pessoas que acorrem às lojas para tirar cartão de cidadão continuam a usar pouco o sistema que permite tirar a senha online. Na recente loja de Picoas – também fortemente atingida, durante os últimos dias, pelos constrangi­mentos do sistema – os funcionári­os continuam a atender, sobretudo, pessoas que chegam cedo para tirar a senha e aguardam algumas horas pela sua vez.

O sistema online permite que a senha seja reservada por telemóvel ou no computador, logo a partir das 8:30, através do portal dos serviços públicos, o eportugal. No site basta encontrar o Mapa do Cidadão e escolher a loja. Uma vez tirada a senha, o cidadão recebe uma mensagem pelo telemóvel ou no email a indicar o número e terá de enviar uma outra mensagem, de volta, para confirmar que recebeu. Posteriorm­ente, quando faltarem nove números para a sua vez, é de novo avisado.

No caso das senhas online há uma tolerância de três números, para o caso de a pessoa não conseguir chegar a tempo.

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