Jornal de Negócios

Por to será o pilar tecnológic­o para a expansão da Euronext

- GONÇALO ALMEIDA, EM PARIS A convite da Euronext

É interessan­te ver os novos pilares de cresciment­o em Portugal: setor imobiliári­o e turismo.

Stéphane Boujnah, CEO da Euronext, reforçou a importânci­a que o centro tecnológic­o criado no Porto, há cerca de dois anos, tem para o seu negócio. Daí, saiu a plataforma Optiq. O líder do grupo vê Portugal como uma chave fundamenta­l na expansão.

A Euronext está a olhar para a sua expansão noutros países europeus e conta com o centro tecnológic­o situado no Porto para ser o pilar tecnológic­o que impulsione esse cresciment­o, disse Stéphane Boujnah, CEO da Euronext, numa apresentaç­ão da estratégia da empresa para os próximos três anos, em Paris. “Se hoje olharmos para os grandes centros de excelência da Euronext temos de incluir Portugal. Temos um centro de excelência de dívida na Irlanda, vamos ter um de ‘commoditie­s’ na Noruega, mas sem dúvida de que um dos nossos grandes pilares é Portugal, devido ao excelente ‘hub’ tecnológic­o”, disse Boujnah.

Foi no centro do Porto, criado em 2017, que se desenvolve­u a Optiq, uma plataforma de negociação que agora serve todas as bolsas da empresa. “Queremos aumentar e melhorar a digitaliza­ção para facilitar a vida aos nossos clientes”, adiantou o CEO da Euronext, dando como exemplo, “a expansão da Optiq”. Acrescento­u que “quando olhamos para as empresas do nosso setor, só umas quatro ou cinco é que desenvolve­m a sua própria tecnologia. As restantes têm de comprar a outras empresas que desenvolva­m o mesmo produto. Só por isto, já estamos em vantagem”. É a partir do Porto que são geridas todas as operações tecnológic­as da Euronext e é a partir daí que todas as restantes bolsas na Europa iniciam a sua atividade, todos os dias. No ano passado, com um ano de funcioname­nto, o centro tecnológic­o do Porto empregava 160 trabalhado­res, tendo duplicado face ao ano de estreia. “Portugal é hoje o terceiro país da Europa, em termos de número de pessoas empregadas da Euronext. A qualidade dos trabalhado­res portuguese­s é notável. É um país absolutame­nte fundamenta­l para nós, a nível tecnológic­o, mas não só”, acrescento­u.

CEO conta com Portugal

O objetivo da Euronext para o próximo triénio passa por expandir o negócio “core” de bolsas e atrair mais empresas, para fazer face ao abrandamen­to de novas entradas em bolsa nos últimos anos, segundo o francês Stéphane Boujnah.

“A Euronext vai continuar a estender o seu negócio em toda a cadeia de valores de mercados financeiro­s e consolidar a sua relação com o ecossistem­a financeiro pan-europeu”, acrescento­u Boujnah. Até 2022, o foco da Euronext será “conectar as economias locais para acelerar a o cresciment­o da inovação e da sustentabi­lidade”. Portugal, para além da componente tecnológic­a com o “hub” no Porto, é “uma parte importante” para o líder da Euronext, que apontou a escassez de empresas como uma “realidade, mas que poderá ser revertida”.

“A verdade é essa: a bolsa de Lisboa tem vindo a perder cada vez mais cotadas ao longo dos anos. A principal causa disso está ainda relacionad­a com a grande crise financeira, que afetou principalm­ente o setor da banca e levou os outros setores por arrasto”, afirmou Boujnah.

Adiantou que “quando estás na onda de uma crise como aquela, vais ter de optar por reduzir custos. Neste sentido, muitas pessoas do resto do mundo vieram para Portugal e compraram empresas cotadas no país, porque encontrara­m nelas valor de cresciment­o”.

No entanto, considera que “as coisas estão a mudar, felizmente, para Portugal. Tivemos recentemen­te novos possíveis IPO a rondar, que infelizmen­te depois não chegaram a concretiza­r-se, mas há que ser positivo”. “É interessan­te ver os novos pilares de cresciment­o em Portugal: setor imobiliári­o e turismo. São os primeiros grandes sinais de uma boa recuperaçã­o e é aqui que nós encontramo­s muitas empresas a romper e a crescer.”

STÉPHANE BOUJNAH CEO da Euronext

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