Anacom e Meo arrancam hoje com migração da TDT
O jornalista, documentarista e fotógrafo Paolo Longo fez várias viagens ao quotidiano do povo chinês na época do “boom” económico do país. O resultado está na exposição “O Caminho Chinês”, uma mostra de 56 fotografias patentes no Museu do Oriente, em Lisboa.
Paolo Longo viveu na China entre 2004 e 2015, percorreu o país, fez múltiplas reportagens e assistiu a uma revolução pouco silenciosa no modo de vida dos indivíduos. O jornalista, documentarista e fotógrafo conheceu a China dos Jogos Olímpicos e da Expo de Xangai, onde os seus habitantes, algo confusos com as mudanças económicas e sociais, procuram novos caminhos de vida. E são esses caminhos individuais que Paolo Longo mostra nesta exposição.
“Os orientais antigos, e muitas vezes sensatos, diziam que existem três tipos de viajantes. Há os comerciantes, que viajam com os pés e são movidos pelos seus interesses, há os sábios que viajam com os olhos e querem descobrir, conhecer, entender, e, finalmente, há os que viajam com o coração. Estes viajam para descobrir os homens e as mulheres das terras que visitam, as histórias das suas vidas, as suas verdades. A exposição ‘O Caminho Chinês’ é uma ‘viagem do coração’ na vida quotidiana do povo chinês na época do ‘boom’ económico e da grande transformação económica, social e cultural”, escreve o fotógrafo.
“Quando cheguei à China, num gélido dia de janeiro de 2004, para começar a trabalhar como correspondente da RAI, a televisão nacional italiana, tinha uma imagem da transformação da China baseada nos grandes sinais económicos e políticos. Um sexto da população do planeta passava pela maior experiência política e económico-social da História. Comecei então a olhar mais profundamente para o quadro completo e a descobrir não ‘o povo chinês’, mas ‘os chineses’, e comecei a compreender o que havia lido nas páginas de Lu Xun, um grande escritor chinês do século XX. A esperança – escreveu Lu Xun – é como um trilho num campo. De início, não existe trilho, mas quando alguém começa a atravessar esse campo, lentamente começa a formar-se um caminho. Muitos caminhos têm sido abertos na China nos últimos anos”.