Jornal de Negócios

Easyjet ameaça deixar de voar para a Madeira

A companhia diz que não conseguirá implementa­r o novo modelo de subsídio de mobilidade da Madeira, que prevê que residentes e estudantes paguem o preço das passagens sem terem de adiantar valores passíveis de reembolso.

- MARIA JOÃO BABO mbabo@negocios.pt

AEasyjet anunciou esta quinta-feira que, com a aprovação no Parlamento do novo modelo de subsídio de mobilidade da Madeira, apresentad­o pelos deputados do PSD Madeira, “não conseguirá implementa­r as mudanças inerentes ao mesmo”.

Em comunicado, a companhia aérea salienta que “a implementa­ção destas medidas implica a expulsão da EasyJet de um mercado liberaliza­do, por uma decisão política, e que forçará a companhia a interrompe­r as duas rotas domésticas atualmente existentes entre a Madeira e o continente português”. Algo que, reconhece, “terá um enorme impacto negativo tanto na vida das pessoas, como no turismo e na economia de toda a região”.

A transporta­dora recorda que opera rotas internacio­nais para a Madeira desde 2007 e presta serviços domésticos desde 2008, tendo com isso assegurado “uma maior concorrênc­ia e disponibil­idade de tarifas mais baixas”.

A Easyjet afirma ainda que continuará “a monitoriza­r esta decisão, e a analisar todos os detalhes relacionad­os com a mesma, com as nossas equipas de regulação e jurídicas”.

No âmbito das propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2020, foi aprovada quarta-feira a proposta feito pelo PSD-Madeira quanto à alteração ao subsídio social de mobilidade para a região, que prevê que os madeirense­s paguem apenas o preço estipulado para as passagens aéreas de ida e volta - 86 euros para os residentes e 65 euros para os estudantes -, sem terem de adiantar valores passíveis de reembolso.

A proposta, que entrará em vigor este ano, foi aprovada com os votos de todos os partidos, à exceção do PS, que votou contra. O novo regime já tinha sido aprovado no parlamento em julho de 2019, no seguimento de uma recomendaç­ão da Assembleia Legislativ­a da Madeira, mas ficou a aguardar a portaria de regulament­ação por parte do Governo. Na proposta de Orçamento, o Executivo, liderado por António Costa, remetia a entrada em vigor dessa portaria para 2021, mas foi contestada pelos três deputados do PSD/Madeira.

Atualmente, o regime em vigor, prevê que quem tenha residência na Madeira ou aí estude pague a totalidade das passagens e, só depois, após a viagem, seja reembolsad­o da diferença até um teto de 400 euros.

Foi aprovada a proposta do PSD Madeira para alterar o subsídio para a região.

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Stefano Rellandini/Reuters A Easyjet já veio dizer que “não conseguirá implementa­r as mudanças” aprovadas no Parlamento.

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