Jornal de Negócios

Rui Rio ainda não convenceu portuguese­s

O 38.º Congresso do PSD deste fim de semana vai consagrar Rui Rio como líder reeleito do partido. Os portuguese­s dividem-se a meio sobre se o atual presidente é o melhor candidato social-democrata nas próximas legislativ­as.

- DAVID SANTIAGO dsantiago@negocios.pt

LÍDER PELA MARGEM MÍNIMA

REGRESSO DE PASSOS NÃO AGRADA

São tantos os portuguese­s que veem Rui Rio como o candidato que o PSD precisa para vencer as próximas legislativ­as como aqueles que não acreditam que seja a melhor opção, mostra a sondagem da Intercampu­s para o Negócios e o CM/CMTV.

Enquanto 41,2% dos inquiridos acham que Rio é o melhor candidato, quase outros tantos (40,4%) consideram que não. Maior é a convicção de que continuará ao leme dos destinos sociais-democratas quando tiverem lugar eleições parlamenta­res: perto de dois terços (61,6%) acreditam que sim e apenas 21% apostam numa nova liderança prévia a legislativ­as.

Seja como for, praticamen­te metade (44,6%) dos entrevista­dos pela Intercampu­s defende que o melhor para o PSD passa pela continuida­de de Rio na presidênci­a até às próximas legislativ­as, sendo escasso o número de portuguese­s (8,9%) que vê no regresso do ex-líder Passos Coelho a melhor opção. Mesmo assim há enormes dúvidas quanto ao caminho a seguir, já que 33,1% preferem que seja eleito um novo líder que não nenhum daqueles dois.

Este estudo de opinião permite ainda observar que a maior parte dos inquiridos vê Luís Montenegro, recentemen­te derrotado por Rio, com possibilid­ades de assumir, um dia, a liderança do partido que não alcançou nas diretas de janeiro. Por outro lado, 35,7% não atribuem hipó

Rui Rio vai manter-se presidente do PSD até às próximas legislativ­as? A resposta revela que o líder social-democrata ainda tem um longo caminho a percorrer. Entre os inquiridos, 41,2% acham que sim, 40,4% pensam o contrário. teses de o ex-líder parlamenta­r assumir a presidênci­a do partido.

Montenegro vai acentuar divisão do partido?

Numa altura em que o PSD continua sem conseguir capitaliza­r a tendência de descida do PS nas intenções de voto, o 38.º Congresso do PSD, que decorre desta sexta-feira até domingo, em Viana do Castelo, poderá voltar a vincar as divisões que têm marcado a vida interna do partido, sobretudo desde que Rui Rio assumiu a liderança, no início de 2018.

“Foi tempo de marcar as diferenças, vamos iniciar agora o momento para marcar a unidade. O PSD, por ter umas eleições disputadas, não está partido”, declarou Rui Rio depois da vitória na segunda volta das diretas que dispu

Perante a questão de saber qual seria o líder ideal para conduzir o PSD até às eleições legislativ­as, menos de metade apontam Rio. Mas Passos Coelho também não parece ser a solução. Um terço pede outro líder. tou com Montenegro, num evidente apelo à união do partido.

Num tom claramente distinto, Montenegro reagiu à derrota avisando que a sua “morte política” era “claramente exagerada”. Esta espécie de “vou andar por aí” tem uma primeira materializ­ação na decisão do antigo deputado levar a Viana uma lista ao Conselho Nacional que não sendo rotulada como de oposição a Rio é alternativ­a aos nomes propostos pelo líder reeleito.

Fontes próximas de Montenegro confirmara­m ao Negócios que o objetivo consiste em assegurar a representa­ção dos seus apoiantes no órgão máximo entre congressos do PSD. O Negócios sabe que a lista será encabeçada por Paulo Cunha, presidente da Câmara de Famalicão.

Recorde-se que Rio venceu as diretas com 53,2% dos votos, todavia a diferença de 6,4 pontos percentuai­s para os 46,8% obtidos por Montenegro representa a mais curta margem entre os dois primeiros candidatos em eleições diretas do PSD.

Montenegro e Pinto Luz falam aos congressis­tas

O Negócios apurou ainda junto de fonte próxima de Montenegro que o agora ex-candidato à liderança vai falar aos congressis­tas. Entretanto, também o candidato eliminado na primeira volta das diretas, o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, revelou que irá intervir, embora recusando associar-se a qualquer das listas que sejam apresentad­as ao Conselho Nacional.

“Foi tempo de marcar as diferenças, vamos iniciar agora o momento para marcar a unidade. RUI RIO Presidente do PSD

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal