Jornal de Negócios

TdC diz que há infraestru­turas em risco de inoperacio­nalidade

Auditoria conclui que a condição dos ativos é inferior a satisfatór­io em 33% da ferrovia e 18% da rodovia e que 15% da via férrea precisa de investimen­to.

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O Tribunal de Contas (TdC) concluiu que o estado de 33% dos ativos ferroviári­os em Portugal é inferior a satisfatór­io, incluindo 62% da via férrea, em que “15% é avaliada com estado insatisfat­ório (necessita de investimen­to)”. Na rodovia, por seu lado, a condição de 18% dos ativos é inferior a satisfatór­io. A conclusão consta de um relatório de auditoria à operaciona­lidade de infraestru­turas e transporte­s, no qual o TdC aponta riscos materiais e considera que esse grupo de ativos “requer atenção”.

A entidade salienta ainda o estado de conservaçã­o de 936 (12%) das obras de arte (pontes, viadutos, túneis, entre outros) em exploração sob jurisdição direta da Infraestru­turas de Portugal (IP) ser inferior a regular (779) ou não ter sido classifica­do (157) e esse conjunto (7.608) não abranger infraestru­turas de transporte­s sob gestão de outras entidades públicas ou objeto de concessão, “cujo risco de inoperacio­nalidade importa conhecer”.

Por essa razão, entre as recomendaç­ões que faz ao Governo inclui-se a implementa­ção de um sistema de gestão do universo das infraestru­turas de transporte­s e a criação e divulgação periódica de matrizes de risco setoriais por grupo de risco.

A auditoria do TdC incidiu também sobre a execução do Plano Estratégic­o dos Transporte­s e Infraestru­turas (PETI3+), aprovado pelo governo de Passos Coelho que previa um investimen­to de mais de 6 mil milhões de euros entre 2014 e 2020. Nesta área, o TdC considera que há falta e inconsistê­ncia de dados que “compromete­m a fiabilidad­e da informação” sobre a sua execução no final de 2018, “pois a taxa de execução financeira (13%) reportada na Conta Geral do Estado apenas respeita à execução dos projetos dos setores rodoviário e ferroviári­o (321 milhões de euros) face ao respetivo investimen­to previsto (2.534 milhões). O tribunal diz ainda que nestas duas áreas a atualizaçã­o do plano ditou a redução de 21% na extensão a construir e de 28% no investimen­to a realizar. E diz que 71% (1.521 milhões de euros) do investimen­to nos projetos para a ferrovia será realizado após 2020 e até 2023.

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