Metade dos trabalhadores em risco de apanhar covid
Portugal é o quarto país com menos trabalhadores a poder optar pelo teletrabalho e tem quase metade das pessoas empregadas em funções que requerem proximidade física, aumentando o risco de infeção, diz a OCDE.
Apandemia de covid-19 evidenciou os empregos em que os trabalhadores estão mais expostos ao risco de contágio. As funções que requerem maior proximidade física e interação entre os trabalhadores representam 48,14% do total na média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Em Portugal essa percentagem é ligeiramente superior, cifrando-se em 48,3%, sendo o décimo país entre os 24 membros da organização com o valor mais elevado de trabalhadores em risco de infeção, revela um relatório divulgado esta terça-feira.
Espanha é o país onde mais trabalhadores se encontram em risco de serem infetados com o novo coronavírus no exercício da sua atividade. São 55,9% os espanhóis nessa situação.
Também a Eslováquia, Irlanda, Grécia e Dinamarca têm mais de metade dos trabalhadores em situação de risco de contaminação no local de trabalho. No extremo oposto encontra-se o Luxemburgo, com 39,3%, o único país onde esse valor é inferior a 40%.
A OCDE classifica o risco de infeção dos trabalhadores em função de quatro categorias das funções que desempenham: “Em risco (quando as funções obrigam a proximidade física)”, “com interação física limitada”, “com algumas interações físicas” e “passível de ser feito de casa”.
A situação será mais preocupante em Espanha, um dos países mais atingidos pela pandemia com mais de seis mil casos por milhão de habitantes. Na Irlanda a covid-19 apresenta uma incidência de cinco mil casos por milhão de residentes e na Dinamarca esse valor é de cerca de 2.200 casos.
Já a Grécia e a Eslováquia registam números bem inferiores, com 344 e 324 casos por milhão de habitantes, respetivamente.
Portugal com baixa possibilidade de teletrabalho
Uma das formas de eliminar o risco de infeção é a opção pelo teletrabalho, mas nem todas as funções profissionais permitem o recurso a esta opção. E, aqui, existem diferenças significativas entre os países, assinala a OCDE.
Em Portugal apenas 27,5% dos trabalhadores são suscetíveis de serem colocados em trabalho remoto, uma percentagem igual à verificada na Grécia.
Já na Hungria são 25,9% os funcionários passíveis de optar pelo teletrabalho, enquanto em Espanha são 24% e na Eslováquia apenas 22,9%. A média da OCDE situa-se nos 31,2%.
No Luxemburgo, por seu turno, 43,5% dos trabalhadores têm a possibilidade de serem colocados em teletrabalho.