Investidores querem “malha mais fina” nas remunerações
O presidente da associação de investidores aponta falhas ao nível do governo no caso EDP e recomenda que as empresas tomem medidas para as corrigir.
A associação de pequenos investidores, a ATM, considera que houve falhas ao nível do governo das sociedades no caso EDP, defendendo que as empresas tomem “medidas corretivas” e defende uma maior intervenção dos pequenos investidores na remuneração da gestão das cotadas.
“A boa ‘governance’ alegadamente terá falhado [no caso EDP] e deve preocupar os acionistas e impor medidas corretivas”, defende Octávio Viana. O presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM) considera que “a empresa deveria fazer uma avaliação do caso e do que eventualmente falhou e depois tomar as medidas corretivas, nomeadamente em termos de ‘governance’, que se mostrem adequadas”.
Apesar de apontar o dedo ao “governance”, Octávio Viana reclama uma maior participação dos acionistas na política de remunerações. “Há mais de uma década que defendemos que a remuneração da gestão deve obrigatoriamente passar por deliberação dos acionistas [e não apenas a política geral de remunerações], para que passe por uma malha mais fina e mais independente”, adianta o mesmo responsável.
No imediato, Octávio Viana considera que “o importante é que toda a informação relevante seja acessível a todos os investidores em termos imediatos e paritários, sendo isso que a ATM procura perceber”. E até agora é isso que tem acontecido: “Cabe à CMVM garantir essa proteção aos investidores, o que tem feito, desde logo com a suspen
“Preocupa-nos o facto de o poder judicial não estar sujeito a qualquer regra de mercado na forma e quando comunica.
Há mais de uma década que defendemos que a remuneração da gestão deve passar por deliberação dos acionistas, para que passe por uma malha mais fina e mais independente. OCTÁVIO VIANA Presidente da Associação “de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM)
são das ações à espera da confirmação da decisão.”
Fora do crivo do regulador estão, porém, as decisões judiciais e a hora a que estas são comunicadas, um facto que preocupa a associação de investidores. “Seria importante que os magistrados fossem alertados e sensibilizados para este problema, por forma que as suas decisões, suscetíveis de afetar a formação de preços no mercado, fossem comunicadas antes ou depois da abertura”, explica.