Jornal de Negócios

Costa e Marcelo põem fim às reuniões no Infarmed

Depois de o líder do PSD ter criticado as reuniões entre especialis­tas e políticos, Marcelo anunciou o fim das reuniões na sede do Infarmed. PCP, CDS, Iniciativa Liberal e Chega elogiaram os encontros.

- DAVID SANTIAGO dsantiago@negocios.pt

Adécima reunião no Infarmed foi também a última neste formato macro, de análise nacional da pandemia, segundo adiantou o Presidente da República, em conferênci­a de imprensa. Esta decisão do Governo, que mereceu concordânc­ia de Marcelo Rabelo de Sousa, surge depois das críticas partidária­s à forma como se desenrolar­am estes últimos encontros quinzenais, sobretudo o último.

O mais duro foi mesmo o líder da oposição e presidente do PSD, Rui Rio, para quem estas reuniões começavam a ter “pouca utilidade”. A justificaç­ão foi apresentad­a pelo Presidente quando assumiu que, com base numa análise país a país, se verificou que se deve passar por “intervir de forma localizada”.

“Do plano macro passou-se ao micro, e do micro terá de se passar, por vezes, ao muito micro”, afirmou o Presidente, dando como exemplo a região de Lisboa, que exige medidas específica­s face ao resto do país: “Têm de ser mais medidas de pormenor, mais específica­s.”

Todavia, e apesar da aproximaçã­o de Marcelo e do primeiro-ministro, António Costa, à posição de Rio, Marcelo não deixou de elogiar a iniciativa do

Governo, de quem partiu a ideia destes encontros entre políticos e especialis­tas em saúde.

“É possível dizer, desde já, como foi muito importante este conjunto de sessões epidemioló­gicas. Permitiu contacto aberto entre especialis­tas e decisores políticos”, sustentou dizendo que foi um “modelo que cumpriu a sua missão” e que assegurou “transparên­cia total” na análise e gestão do processo. Concluindo que “valeu a pena fazer este exercício”, Marcelo rematou dizendo ser este o momento de o “reajustar às novas circunstân­cias “.

Mas se Marcelo e Costa parecem ter aproximado posições a Rui Rio, PCP, CDS, Iniciativa Liberal e Chega elogiaram o papel destes encontros e teceram duras críticas ao que consideram ter sido uma cedência ao presidente social-democrata. Já o Bloco de Esquerda destacou o papel das reuniões mantidas nos últimos meses.

 ?? Manuel de Almeida/Lusa ?? Na última reunião no Infarmed, Marcelo disse que os comboios não são a causa de contágio em Lisboa.
Manuel de Almeida/Lusa Na última reunião no Infarmed, Marcelo disse que os comboios não são a causa de contágio em Lisboa.

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