Costa e Marcelo põem fim às reuniões no Infarmed
Depois de o líder do PSD ter criticado as reuniões entre especialistas e políticos, Marcelo anunciou o fim das reuniões na sede do Infarmed. PCP, CDS, Iniciativa Liberal e Chega elogiaram os encontros.
Adécima reunião no Infarmed foi também a última neste formato macro, de análise nacional da pandemia, segundo adiantou o Presidente da República, em conferência de imprensa. Esta decisão do Governo, que mereceu concordância de Marcelo Rabelo de Sousa, surge depois das críticas partidárias à forma como se desenrolaram estes últimos encontros quinzenais, sobretudo o último.
O mais duro foi mesmo o líder da oposição e presidente do PSD, Rui Rio, para quem estas reuniões começavam a ter “pouca utilidade”. A justificação foi apresentada pelo Presidente quando assumiu que, com base numa análise país a país, se verificou que se deve passar por “intervir de forma localizada”.
“Do plano macro passou-se ao micro, e do micro terá de se passar, por vezes, ao muito micro”, afirmou o Presidente, dando como exemplo a região de Lisboa, que exige medidas específicas face ao resto do país: “Têm de ser mais medidas de pormenor, mais específicas.”
Todavia, e apesar da aproximação de Marcelo e do primeiro-ministro, António Costa, à posição de Rio, Marcelo não deixou de elogiar a iniciativa do
Governo, de quem partiu a ideia destes encontros entre políticos e especialistas em saúde.
“É possível dizer, desde já, como foi muito importante este conjunto de sessões epidemiológicas. Permitiu contacto aberto entre especialistas e decisores políticos”, sustentou dizendo que foi um “modelo que cumpriu a sua missão” e que assegurou “transparência total” na análise e gestão do processo. Concluindo que “valeu a pena fazer este exercício”, Marcelo rematou dizendo ser este o momento de o “reajustar às novas circunstâncias “.
Mas se Marcelo e Costa parecem ter aproximado posições a Rui Rio, PCP, CDS, Iniciativa Liberal e Chega elogiaram o papel destes encontros e teceram duras críticas ao que consideram ter sido uma cedência ao presidente social-democrata. Já o Bloco de Esquerda destacou o papel das reuniões mantidas nos últimos meses.