“Vamos continuar a investir em parques eólicos e solares em Portugal”
Tal como muitas petrolíferas, a Repsol começou a apontar para as energias renováveis como uma das áreas de investimento de futuro. Dentro desta aposta, a compra de parques eólicos tem ganho destaque no portefólio da petrolífera de origem espanhola. A aposta também já é visível no mercado português não só no eólico, mas também no solar. E segundo Armando Oliveira, administrador-delegado da Repsol Portugal, pode não ficar por aqui, podendo haver novos investimentos.
“Já investimos e continuaremos a investir” na produção de energia renovável no mercado nacional, garante. “O mercado da energia elétrica é ibérico e, nesta altura, temos uma parte da produção renovável eólica “offshore” em Viana do Castelo e temos em construção parques solares e eólicos com o objetivo de produção total de 7,5 gigawatts (GW) de geração elétrica baixa em carbono em 2025”, disse o responsável em entrevista por escrito ao Negócios.
Outra das apostas “verdes” da empresa é a mobilidade elétrica. E aqui Armando Oliveira defende que “a Repsol é líder ibérica em pontos de carregamento, com mais de 1.200, sendo 50 de carga rápida e dois ultrarrápidos”.
O investimento nesta área tem como objetivo diversificar o portefólio da empresa, até porque, como defende Armando Oliveira, “o futuro será de multienergias e naturalmente, à medida que os parques de veículos de combustíveis alternativos vão crescendo, a nossa oferta se irá adaptando”, Atualmente, a Repsol está presente no país com 488 estações de serviço distribuídas em todos os distritos do país, “onde as ofertas de multienergias e de serviços já são uma realidade”, assegurou o responsável da Repsol Portugal.
Novos projetos em curso
Na senda de atingir o objetivo de ser uma empresa com zero emissões líquidas em 2050, recentemente a Repsol apresentou dois projetos industriais ibéricos de descarbonização que vai desenvolver com a participação de parceiros internacionais e que representam um investimento inicial de cerca de 80 milhões de euros.
O primeiro projeto consiste na construção de uma das maiores fábricas do mundo de produção de combustíveis com zero emissões líquidas a partir de CO2 e hidrogénio verde, gerado com energia renovável.
Este projeto, que será construído em Espanha no prazo máximo de quatro anos, terá um investimento inicial de 60 milhões de euros. E , como explicou a empresa, a principal característica destes combustíveis “é que são produzidos com água e CO2 como únicas matérias-primas”. “Poderão ser utilizados em motores de combustão como aqueles que se instalam atualmente nos
automóveis em todo o mundo e também em aviões, camiões e outras aplicações”, detalhou a Repsol num recente comunicado.
O segundo projeto será uma fábrica de geração de gás a partir de resíduos urbanos, que substituirá parte do consumo dos combustíveis tradicionais utilizados no processo de produção da Petronor, parceira da Repsol nos dois projetos anunciados a meio de junho. Numa primeira fase, esta fábrica de pirólise poderá processar cerca de 10 mil toneladas por ano de resíduos urbanos e a sua capacidade poderá aumentar em fases posteriores até cerca de 100 mil toneladas por ano.
Além da Petronor, um dos principais centros industriais de Espanha, os projetos contam com a parceria do Ente Vasco de la Energía (EVE), entidade pública espanhola.