Governo abre concurso de 40 milhões para hidrogénio verde
O secretário de Estado da Energia anunciou que pretende abrir ainda este ano um concurso no valor de 40 milhões de euros para financiar projetos de hidrogénio verde, o que pode repetir-se anualmente até 2030.
Osecretário de Estado da Energia , João Galamba, anunciou esta quarta-feira que Portugal vai disponibilizar através de um concurso, já este ano, 40 milhões de euros para financiar projetos no âmbito do hidrogénio verde, sendo que a intenção é que se repitam concursos da mesma ordem de grandeza todos os anos até 2030.
João Galamba representou Portugal na recém-criada, e agora apresentada, Aliança Europeia de Hidrogénio Verde. No seu discurso, o secretário de Estado sublinhou o compromisso e o potencial do país no que toca ao investimento no hidrogénio verde como fonte energética, nomeadamente através de futuros concursos.
Além disto, João Galamba avançou que espera ter o quadro regulatório e legal que permite a produção, armazenamento, transferência, distribuição e consumo de hidrogénio antes do fim do mês de agosto.
“Queremos produzir largas quantidades de hidrogénio verde, queremos produzi-las competitivamente, e queremos ter um papel relevante na economia emergente do hidrogénio alinhada com uma estratégia de industrialização”, afirmou o secretário de Estado.
Os argumentos que jogam a favor de Portugal, conforme o apresentado por Galamba, são as “condições únicas” como os “recursos certos”, a “alta competitividade” no que toca à energia solar e eólica e a “localização geográfica estratégica” que facilita as exportações para os “principais locais de consumo”, no Norte da Europa.
Paralelamente, o secretário de Estado da Energia reforçou a mensagem de que a afirmação dentro desta nova indústria do hidrogénio só será possível com a cooperação prevista dentro desta aliança a nível europeu, que junta atores do setor público e privado.
Portugal “em destaque” na Europa
O secretário de Estado da Energia fez parte do lançamento da Aliança Europeia de Hidrogénio Verde, juntamente com ministros de outros três Estados-membros: Alemanha, República Checa e França.
Dentro do anel desta aliança está também Marc Rechter, CEO do Resilient Group, que tem olhado para Portugal como uma localização favorável para avançar com novos projetos neste setor, nomeadamente no que toca a Sines.
“Portugal tem uma posição de destaque”, reconhece Marc Rechter, em declarações ao Negócios, tendo em conta o posicionamento favorável que tem vindo a trabalhar nos últimos nove meses, e ao qual pode ser dado seguimento no âmbito desta aliança.
A competitividade não assegurada
Apesar de João Galamba ter sublinhado que pretende investir no hidrogénio de forma competitiva, a Comissão Europeia reconhece que esta tecnologia ainda não consegue fazer frente às alternativas no que toca aos custos. Segundo esta entidade, o hidrogénio renovável tem um custo estimado entre 2,5 e 5,5 euros/kg, o que compara com os 1,5 euros/kg do hidrogénio de origem fóssil.