Uma força avassaladora
Uma das forças mais avassaladoras nos mercados nas próximas décadas é a que resultará da combinação da experiência forçada do teletrabalho por milhões de empresas e milhares de milhões de profissionais com as capacidades da robotização, da inteligência artificial, do “big data” e do “cloud computing”.
Trata-se de um quadro que dinamizará dois tipos de mudanças nas organizações. Por um lado, as mudanças internas, ou seja, as organizações terão de alterar estratégias, culturas, tecnologias, estruturas e mecanismos operacionais para sobreviver e ganhar vantagens em mercados mais difíceis. Por outro lado, e é a mesma razão por que os mercados passarão a ser mais difíceis para muitas organizações, a mudança que aí vem far-se-á também pela emergência de novas organizações e pelo desaparecimento de velhas organizações.
A questão essencial da mudança hoje em dia é esta: dada a relevância que o teletrabalho mostrou, assente em cortes de custos, ganhos de produtividade e em maiores níveis de motivação, por um lado; e as actuais potencialidades da Internet, das tecnologias móveis, da inteligência artificial, do “cloud computing” e do “big data”, por outro lado; como pode uma empresa organizar-se para satisfazer os clientes actuais e potenciais, minimizando os custos e aumentando a qualidade? É um desafio de fundo para as empresas actuais e é uma oportunidade estratégica para as empresas emergentes.
Em tempos de crise e de transformação, de certa forma, as melhores empresas são as que ainda não existem. Porque podem adaptar-se ao contexto, estar bem ajustadas aos condicionalismos e às potencialidades dos mercados, da cultura e da tecnologia. A alteração na competitividade de regiões e de países faz-se, em boa medida, através da criação de novas empresas, novas instituições, novos processos e novas dinâmicas ajustados a um meio envolvente em mudança.
Mas quando o rendimento é alto, o risco também é. Como se sabe, apenas uma pequena parte das novas empresas mantém as portas abertas alguns anos depois de ter iniciado actividade. Quer isto dizer, que hoje um desafio essencial é a adaptação das organizações actuais ao novo contexto do teletrabalho e nas novas tecnologias. O repto é o mesmo: ser capaz de responder à questão colocada acima. Responder, e fazer mesmo.
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