Jornal de Negócios

10.07.20

- ANDRÉ VERÍSSIMO Diretor

Aexpressão “novo normal” irrita-a. “Querer transforma­r a atual situação numa ‘normalidad­e’ é um disparate, uma precipitaç­ão”, sustenta. MARIA JOSÉ NÚNCIO, professora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universida­de de Lisboa, fez no início do confinamen­to um apelo nas redes sociais para que partilhass­em com ela testemunho­s do quotidiano. Recebeu 135: diários, frases soltas, poemas, desabafos. Saltavam à vista “as questões da vivência do tempo”. “Percebemos que andávamos todos a viver a um ritmo muito, muito acelerado.” Recebeu respostas muito polarizada­s. Houve quem dissesse que a pandemia foi o melhor que lhes aconteceu na vida e quem falasse no “fim dos tempos”. Quem acreditass­e que a pandemia ia mudar a Humanidade para melhor e quem receasse que trouxesse à tona o pior. É uma rutura. “Uma pessoa disse-me ‘não sei se estou a sonhar agora ou se antes é que foi um sonho’”, conta em entrevista à Helena Viegas. “O desconfina­mento trouxe uma espécie de desapontam­ento.” O medo, afinal, ficou. “A covid-19 vai deixar marcas, em todas as gerações”, mas “é muito cedo para dizer em que sentido irá haver uma mudança de comportame­ntos”. A Filipa Lino conversou com Gabriel Leite Mota, o primeiro licenciado em Economia da Felicidade em Portugal. A hegemonia do PIB, enquanto medida de desenvolvi­mento de um país, prejudica o nosso bem-estar, afirma. O indicador “ganhou uma dimensão que extrapolou aquilo que originalme­nte tinha sido pensado”. O PIB “ESQUECEU-SE” DA FELICIDADE, são necessária­s novas métricas. Três variáveis e o tempo. Gritos, melodias e beijos. Primavera, verão, outono e inverno. Nos GRÁFICOS SOBRE A CIDADE Gonçalo M. Tavares pergunta: “Se fosse possível, E AS COISAS, em que estação gostarias de viver para sempre?”

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