Jornal de Negócios

Banca contrata, mas fecha mais de 100 balcões

Há mais quatro dezenas de novos colaborado­res nos bancos portuguese­s. No entanto, as instituiçõ­es continuara­m a fechar agências. Os dados do primeiro semestre do ano foram divulgados pela Associação Portuguesa de Bancos.

- RITA ATALAIA ritaatalai­a@negocios.pt

Os bancos nacionais fecharam mais de 100 balcões no último ano, mas apostaram no reforço das suas equipas. De acordo com os dados mais recentes da Associação Portuguesa de Bancos (APB), para o primeiro semestre deste ano, as instituiçõ­es financeira­s têm mais quatro dezenas de novos colaborado­res.

A síntese de indicadore­s do setor bancário, relativa aos primeiros seis meses deste ano, mostra que as instituiçõ­es financeira­s tinham 46.714 trabalhado­res até junho, ou seja, mais 41 colaborado­res em comparação com o primeiro semestre de 2019.

Em sentido contrário seguiu o número de balcões dos bancos portuguese­s. Segundo os dados da associação liderada por Fernando Faria de Oliveira, há menos 117 agências em Portugal entre o primeiro semestre de 2019 e o mesmo período deste ano. Havia, em junho, 3.965 balcões em território nacional em comparação com 4.082 no período homólogo.

Esta evolução regista-se numa altura em que alguns bancos estão a dar passos para reduzir as suas equipas e a rede de balcões, num período marcado pelo forte impacto da pandemia. O Banco Montepio, por exemplo, deverá dispensar perto de 800 pessoas, como noticiou o Eco. Também o Santander Portugal está a avançar com rescisões por mútuo acordo, denunciara­m esta quinta-feira os sindicatos bancários.

Estes passos estão a ser dados perante uma quebra dos resultados dos bancos e um aumento das imparidade­s para fazer face às possíveis perdas provocadas pelos efeitos da covid-19. Os números da APB revelam que, nos primeiros seis meses do ano, os resultados líquidos dos bancos caíram 77% face ao período homólogo, “uma descida maioritari­amente explicada pela necessidad­e de reforçar a constituiç­ão de imparidade­s”.

Por outro lado, a rendibilid­ade dos capitais próprios (ROE) caiu para 0,9%, face aos 6% um ano antes, atingindo os níveis mais baixos desde a crise financeira.

Já o rácio de crédito malparado (NPL) desceu de 6% para 5,5% e o “stock” recuou para 16,2 mil milhões de euros, mostra ainda a síntese da associação que representa os bancos. Um cenário que deverá mudar assim que terminarem as moratórias no crédito, uma solução prolongada entretanto pelo Governo até setembro do próximo ano.

Dados da APB mostram que há menos 117 balcões em Portugal.

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Pedro Catarino A Associação Portuguesa de Bancos revelou a síntese de indicadore­s do setor bancário do primeiro semestre.

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