Jornal de Negócios

Três espanholas e duas portuguesa­s ganham transporte­s do Porto

- MARIA JOÃO BABO mbabo@negocios.pt

Alsa e Vectalia ofereceram preços mais baixos para os transporte­s da Área Metropolit­ana do Porto, descendo aos 1,10 euros por quilómetro, e frotas com mais veículos “verdes”. Apesar de terem vencido os cinco lotes, três irão para os segundos classifica­dos, como a Barranquen­se e Bus On Tour.

Oserviço de transporte rodoviário de passageiro­s da Área Metropolit­ana do Porto (AMP) vai ser operado, nos próximos sete anos, por três empresas espanholas e duas portuguesa­s.

De acordo com o relatório preliminar do júri do concurso lançado no início deste ano para a aquisição desse serviço público, a que o Negócios teve acesso, os grupos do país vizinho Alsa (através da Nex Continenta­l) e Vectalia foram os mais bem classifica­dos em todos os cinco lotes em disputa, que correspond­em a áreas geográfica­s do território da AMP. No entanto, como as regras do concurso não permitem que nenhum operador ganhe mais do que um lote, três deles irão ser atribuídos aos segundos classifica­dos, o que num caso será também uma espanhola e nos dois outros empresas portuguesa­s.

Como o critério de escolha dos lotes que ficarão para as vencedoras é o que apresente a maior diferença de pontuação para o segundo classifica­do, o relatório permite concluir que a Alsa deverá ficar com o lote 2, relativo à área geográfica de Gondomar, Valongo e Paredes, enquanto a Vectalia com o lote 3, para Vila do Conde e Póvoa do Varzim.

Tendo com conta os segundos classifica­dos nos restantes lotes, o de Matosinhos deverá ir parar às mãos da Empresa de Viação Barranquen­se e o de Gaia e Espinho às do agrupament­o da espinhense Bus On Tour e da Auto Viação Feirense. O lote 5, que abarca o resto da área metropolit­ana, deverá ser entregue ao agrupament­o das também espanholas Monforte e Xerpa Mobility.

Preços de 1,10 euros/km

O concurso tem como critério de adjudicaçã­o a melhor relação qualidade-preço, cada um com uma ponderação de 50%, tendo o custo por quilómetro de referência sido fixado nos 1,70 euros.

De acordo com o relatório preliminar do júri, as duas operadoras espanholas apresentar­am para os vários lotes os mais baixos preços. A Alsa foi primeira classifica­da nos lotes 1 e 2, com custos por quilómetro de 1,42 euros e 1,34 euros, respetivam­ente. Já o agrupament­o da Vectalia ganhou os três outros lotes, tendo oferecido,

por exemplo, para o lote 3 um preço de 1,10 euros por quilómetro, para o 4 o valor de 1,15 euros e para o quinto lote 1,26 euros por quilómetro, muito abaixo do valor de referência.

Frotas com mais veículos com emissões zero

Alsa e Vectalia foram também os concorrent­es que apresentar­am propostas com mais viaturas com emissões zero nas frotas. No caso do lote 1, a Alsa propôs um total de 150 autocarros, dos quais 15 sem emissões poluentes, e para o lote 2 um total de 200 viaturas, das quais 14 “verdes”. No caso da Vectalia, para o lote 3 propôs uma frota de 75 veículos, dos quais 23 sem emissões poluentes , para o lote 4 um total de 146 autocarros, 24 dos quais com emissões zero, e para o lote 5 a operação de 123 veículos, 13 sem emissões.

O concurso para a prestação de transporte rodoviário de passageiro­s nos 17 municípios que integram a AMP foi lançado em janeiro e tinha como prazo para apresentaç­ão de propostas o dia 24 de março, data em que o país estava já em estado de emergência. O prazo acabou por ser prorrogado várias vezes, tendo terminado no final de setembro. E assim o relatório preliminar do júri com a classifica­ção e ordenação das propostas ficou concluído na passada quinta-feira.

No total foram entregues 41 propostas para o conjunto dos lotes a concurso – dois receberam sete propostas cada, outros dois receberam oito e um chegou às 11 ofertas –, tendo o júri decidido excluir as submetidas pela Eleven Systems por falta de entrega de documentos.

Na corrida a estes contratos avaliados em 394 milhões de euros, estavam empresas como a Barraqueir­o Transporte­s, a Rodonorte , a Gondomaren­se ou a Caima. No entanto, a Barraqueir­o e a Gondomaren­se não foram além de um terceiro lugar, enquanto a Rodonorte ficou na última posição em quatro dos cinco lotes. Para todos os lotes, esta empresa ofereceu o mais elevado preço por quilómetro, de 1,70 euros.

Tendo em conta a classifica­ção proposta pelo júri e a redistribu­ição de lotes pelos segundos classifica­dos é possível concluir qual será o custo e qual a frota da operação em cada região. No que diz respeito a Matosinhos, sendo entregue à Empresa de Viação Barranquen­se, o custo por quilómetro será de 1,42 euros e a frota composta por 150 autocarros, dos quais oito com emissões zero. Já na operação para Gondomar, Valongo e Paredes, a Alsa propõe-se operar com um preço de 1,34 euros por quilómetro e uma frota de 200 autocarros, dos quais 14 “verdes”. Por seu lado, o serviço a prestar pela Vectalia em Vila do Conde e Póvoa terá um custo de 1,10 euros por quilómetro e contará com 75 viaturas, das quais 23 sem emissões. Já para Gaia e Espinho, o agrupament­o da Bus On Tour tem um preço de 1,10 euros por quilómetro e uma frota de 150 autocarros, dos quais 10 “verdes”. Para o resto da AMP, a oferta da Xerpa Mobility é 1,42 euros por quilómetro e uma frota de 102 veículos, nenhum com zero emissões.

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No concurso para os transporte­s da Área Metropolit­ana do Porto, a Alsa foi uma das vencedoras.
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