Três apps anticovid já falam entre si na Europa
Desde esta segunda-feira que as aplicações anticovid da Alemanha, Itália e Irlanda já falam entre si, o que significa que se aplicarão aos viajantes dos três países. A ideia é que a StayAway Covid entre neste sistema comum em novembro.
ACorona-Warn-App da Alemanha, a COVID tracker da Irlanda e a Immuni da Itália. Estas são as três primeiras aplicações anticovid europeias a falar entre si, recorrendo ao sistema de interoperabilidade disponibilizado pela Comissão Europeia ao qual também a portuguesa StayAway Covid irá aceder até meados de novembro, disse ao Negócios Rui Oliveira, do INESC TEC. Quer isto dizer que os viajantes dos três países que tenham instalado as respetivas aplicações estarão protegidos em qualquer um dos territórios, recebendo informação caso tenham estado perto de um utilizador que venha a ser diagnosticado com covid-19.
No seu conjunto, estas aplicações foram descarregadas por cerca de 30 milhões de pessoas, o que corresponde a dois terços de todos os descarregamentos de aplicações na UE, revelou esta segunda-feira a Comissão. A ideia, sublinha-se, é “explorar plenamente o potencial das aplicações de alerta e rastreio de contactos com vista a quebrar a cadeia de infeções pelo coronavírus além-fronteiras”, assim salvando “numerosas vidas”.
A app portuguesa StayAway
Covid, que nos últimos dias tem estado envolta em polémica na sequência da intenção do Governo de a tornar obrigatória em algumas situações, está também preparada desde o início para assegurar a interoperabilidade com aplicações de outros países da União Europeia.
Esta primeira vaga que permitirá a colaboração a nível europeu segue-se a uma fase-piloto, iniciada em meados de setembro, e com a qual a Comissão testou o serviço de acesso para a interoperabilidade das aplicações nacionais de rastreio de contactos e de alerta. Este serviço, recorde-se, permite garantir a interoperabilidade entre, no total, 20 aplicações baseadas em sistemas descentralizados, como é o caso da portuguesa. Quer isto dizer que são aplicações em que os dados recolhidos ficam guardados apenas no telemóvel do utilizador, não sendo disponibilizados para mais nenhum sistema de recolha para aí serem centralizados e trabalhados.
Para estarem ligadas ao serviço de acesso disponibilizado por Bruxelas, as aplicações dos vários países têm de seguir protocolos previamente definidos e dispor da necessária atualização.
O segundo grupo de aplicações será ligado na próxima semana, estando previstas as adesões da eRouška da República Checa, da smitte stop da Dinamarca, da Apturi COVID da Letónia e do Radar Covid de Espanha. As restantes, serão ligadas ao sistema em novembro.