Jornal de Negócios

As agendas verde e digital são inseparáve­is

André de Aragão Azevedo defende a necessidad­e de abordar as duas agendas em paralelo na alocação dos investimen­tos comunitári­os, em que o digital e o verde andarão em conjunto.

- Mariline Alves

“É impossível pensar sustentabi­lidade sem pensar na dimensão digital”, afirma André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital. “Grande parte dos processos de indução de eficiência, de melhoria dos processos, de automatiza­ções, de sensorizaç­ão, de aplicação de inteligênc­ia artificial, de IoT (internet of things), é crucial em termos de impacto de ecossistem­a ambiental e até de ordenament­o do território”.

Recordou o recente discurso da presidente da União Europeia, Ursula Von Leyen, que pôs a tónica na necessidad­e de abordar as duas agendas em paralelo, a agenda verde e a agenda digital. “É também isso que Portugal irá fazer no que será a alocação dos investimen­tos que chegarão tanto no novo quadro comunitári­o como no pacote de emergência que está a ser desenhado, em que o digital e o verde andarão em conjunto”, salientou André de Aragão Azevedo.

“O nosso mercado laboral é mais vulnerável ao impacto da automação do que o mercado laboral de outros países europeus por causa do défice de qualificaç­ões, sobretudo nas faixas etárias mais avançadas da nossa população ativa”, disse André de Aragão Azevedo. Sublinhou que uma das prioridade­s no Plano de Ação para a Transição Digital, aprovado em abril de 2020, “é a capacitaçã­o digital da nossa população, porque é o maior défice que temos quando comparamos com os outros indicadore­s ao nível europeu”.

Digitaliza­ção inevitável

As outras vertentes deste plano são o desafio das empresas na transição para modelos de negócio de base digital e o Estado, que “é o terceiro pilar que tem de criar as condições do ponto de vista regulament­ar e de oferta de serviços públicos em que queremos também de promover uma maior digitaliza­ção, maior agilidade”.

“A digitaliza­ção é uma inevitabil­idade, tem de ser feita, e teremos sempre de encontrar o formato adequado para cada uma das organizaçõ­es ou empresas. É uma inevitabil­idade, não é possível uma empresa hoje ficar à margem da digitaliza­ção sob pena de arriscar a sua sobrevivên­cia”, salientou André de Aragão Azevedo. Acrescenta que Portugal está bem na área do empreended­orismo, “mas menos bem na transforma­ção dos modelos de negócio das empresas nomeadamen­te as PME, que continuam a apresentar taxas de utilização de algumas ferramenta­s básicas do ponto de vista digital abaixo do que seria desejável. Por exemplo, só 20% das nossas PME estão a utilizar o comércio digital, e a ferramenta de analítica avançada como ferramenta básica de gestão só 27% destas empresas a utilizam”.

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O digital e o verde andarão em conjunto, promete o secretário de Estado.

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