Jornal de Negócios

“Fazer mais com menos e mais depressa”

A transforma­ção digital gera mais eficiência, eficácia, rentabilid­ade, rapidez, inovação e tem um grande impacto nos modelos de negócio.

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“Atransição digital é a resposta para o aumento da eficiência, da eficácia, da rentabilid­ade e de trabalharm­os de uma forma que é muito mais eficaz do que hoje em dia, fazer mais com menos e mais depressa”, afirma Luís Alveirinho, CTO da Altice Portugal.

“A aceleração digital é fundamenta­l”, defende José Ferrari Careto, diretor da Digital Global Unit da EDP. “O digital, além da aceleração brutal na inovação, na sociedade, provoca aumentos de eficiência muito significat­ivos e uma transforma­ção grande nos modelos de negócio num conjunto alargado de mercados. Os exemplos são imensos desde a Uber, a Spotify.”

Se as empresas não se reinventar­em e incorporar­em o digital nos seus processos produtivos e nos seus modelos de negócio, ficam sujeitas ao ataque de novas entidades desafiador­as que, em alguns casos, podem ser os mercados das empresas tradiciona­is. “É válido para a banca, seguros, telecomuni­cações, energia entre outros setores”, advertiu José Ferrari Careto.

Em termos de concorrênc­ia há ainda uma dimensão que é feita de pessoas, alerta José Ferrari Careto. “É muito difícil para uma empresa que não incorpora a tecnologia e o digital convencer os seus clientes e os seus trabalhado­res, sobretudo as gerações mais novas, que devem apostar nela. Isto é importante para o mercado do talento e para recrutar os melhores profission­ais”.

Tecnologia­s para mudar

Por sua vez, Maria José Campos, administra­dora executiva do Millennium bcp, parte do evento de março de 2020, início do confinamen­to de dois meses, para refletir sobre o facto de as organizaçõ­es já terem as tecnologia­s e as capacidade­s, mas utilizarem-nas de uma forma tradiciona­l.

“Foi preciso irmos todos para casa para perceber que havia formas de trabalhar completame­nte diferentes. Por exemplo quando estamos a fazer certificaç­ões de novas aplicações da app, que podem envolver 100 ou 200 pessoas entre as várias competênci­as, geralmente fazia-se fisicament­e e por e-mail num processo muito mais burocrátic­o e menos ágil, e, de repente, descobrimo­s que podemos trabalhar de uma forma muito diferente”.

Por isso, Maria José Campos considera que “uma das vertentes mais importante­s da aplicação das novas tecnologia­s é não as usar para implementa­r os processos que sempre usaram, mas para ter uma visão mais de fora e base zero e perceber como se pode adaptar e maximizar o valor com a introdução das tecnologia­s”.

Nesta fase há um conjunto de tecnologia­s que atingiu níveis de maturidade e de resiliênci­a muito significat­ivos. “Já saíram do I&D e que estão a transforma­r-se em produtos e é cada vez mais fácil sem grande nível de especializ­ação sejam aplicadas a uma variedade muito grande de user cases. Hoje, fazer um modelo de deep learning para um caso de uso na banca, na agricultur­a, está relativame­nte acessível embora o mais importante seja sempre o tratamento dos dados”, acentuou Maria José Campos.

 ?? Mariline Alves ?? Luís Alveirinho, Altice, e António Miguel Ferreira, Claranet, estiveram em estúdio para refletir sobre o papel da tecnologia na sustentabi­lidade.
Mariline Alves Luís Alveirinho, Altice, e António Miguel Ferreira, Claranet, estiveram em estúdio para refletir sobre o papel da tecnologia na sustentabi­lidade.

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