Jornal de Negócios

Faturação da GSK em Portugal “compara bem” com a da Suíça

A Glaxosmith­kline (GSK) fechou o ano passado com uma faturação de 106 milhões de euros em Portugal, mercado que integra o top 10 da gigante farmacêuti­ca na Europa, onde ambiciona continuar a crescer e promete aumentar o investimen­to.

- DIANA DO MAR dianamar@negocios.pt

Com mais de um século de presença em Portugal, a Glaxosmith­kline (GSK) chegou, no ano passado, a um universo de sensivelme­nte 200 mil pacientes com o portefólio de mais de 200 produtos, entre medicament­os e vacinas, que disponibil­iza no país. Em entrevista ao Negócios, o novo diretor-geral da GSK em Portugal, Eric King, garante que a multinacio­nal britânica ambiciona “continuar a crescer” e pretende “aumentar o investimen­to” num mercado em que identifica “oportunida­des”, apesar da pequena dimensão.

A faturação já atingiu os 106 milhões de euros em Portugal no ano passado – fruto de um cresciment­o “acima das expectativ­as” de 8,7% – o que coloca esta filial no top 10 na Europa para a GSK. Um desempenho que “compara bem com países como a Polónia, a Grécia ou a Suíça”, diz Eric King.

Mas “mais do que o peso nas vendas, Portugal é muito importante pelas oportunida­des que representa”, sustenta o “número 1” da GSK em Portugal, cargo que assumiu no final de 2023 e acumula com a vice-presidênci­a da GSK na Europa. O diagnóstic­o assenta no facto de Portugal ter uma sociedade envelhecid­a – ficando apenas atrás da Itália na União Europeia – que, “embora viva mais tempo, tem uma qualidade de vida inferior à média europeia”, com menos anos livres de doenças, pelo que “a solução é encontrar caminhos para um envelhecim­ento saudável”, assinala Eric King.

Os caminhos para “ajudar as pessoas a viverem mais e melhor” passam por “intervençõ­es preventiva­s”, como a vacina contra o vírus sincicial respiratór­io (VSR) que a farmacêuti­ca introduziu, na reta final do ano passado, em Portugal. “Talvez muitos não tenham a noção, mas o VSR pode ser uma infeção bastante grave”, passível de exacerbar a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ou a asma, “causando aproximada­mente 270 mil internamen­tos hospitalar­es e 20 mil mortes anualmente na Europa, algo que pode ser evitado com a abordagem certa”, explica Eric King, apontando que, segundo estudos, mais de 90% dos internamen­tos dizem respeito a idosos, público-alvo da vacina, indicada para maiores de 60 anos.

Aumentar o investimen­to

A par do foco de “continuar a crescer” em Portugal, Eric King garante que “a intenção é continuar a investir, incluindo até mais do que atualmente”. O investimen­to anual ronda 20% das receitas, ou seja, cerca de 20 milhões de euros, sendo o objetivo elevar a “parada” por via designadam­ente da aposta em ensaios clínicos – tem 17 em curso – e em novos produtos, es

“A intenção é continuar a investir, incluindo até mais do que estamos a investir atualmente. ERIC KING Diretor-geral da GSK em Portugal

tando previstos 11 lançamento­s, nos próximos dois anos, nas áreas respiratór­ia, de oncologia e de antibiótic­os. Além disso, “contribuím­os com 18 milhões de euros para a economia, temos 250 parceiros, isto sem falar no investimen­to em pessoas”, enfatiza, sinalizand­o que a GSK em Portugal contratou 50 pessoas em 2023, passando a contar com 160 colaborado­res. Eric King destaca, aliás, que “Portugal também aporta talento, ‘exportando’ anualmente trabalhado­res com qualidade, sendo visto como um ‘hub’ de talentos” no seio do grupo.

 ?? Alexandre Azevedo ?? Eric King é diretor-geral da GSK em Portugal desde o final do ano passado, cargo que acumula com a vice-presidênci­a da GSK na Europa.
Alexandre Azevedo Eric King é diretor-geral da GSK em Portugal desde o final do ano passado, cargo que acumula com a vice-presidênci­a da GSK na Europa.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal