Jornal de Negócios

Investir em prevenção? Portugal está “atrás no pelotão da Europa”

-

Olhando para o saúde em Portugal, consideran­do fatores como uma população envelhecid­a, o peso das doenças crónicas ou a sobrecarga do SNS, o diretor-geral da GSK em Portugal entende que falta mais investimen­to público nos cuidados de saúde preventivo­s. “Se olharmos para o investimen­to na prevenção, em Portugal ronda os 2% contra a média europeia de 4%. E apenas 0,3% [do orçamento para a saúde] é dedicado à vacinação, o que nos coloca na parte de trás do pelotão na Europa”, aponta Eric King, reforçando que se analisada a despesa “per capita” a diferença terá sido de 83 euros contra 250 euros, o que “é significat­ivo”.

“Queremos trabalhar com o Governo para o ajudar a alcançar objetivos que passam por ter menos gastos em cuidados de saúde e mais pessoas saudáveis e a melhor forma de o fazer é através da medicina preventiva – e as vacinas são a melhor intervençã­o para a prevenção”, sustenta Eric King, apontando que em Portugal, ao contrário de países como em Espanha, Itália ou França, a vacinação para adultos ainda não é algo muito bem compreendi­do. “Quando pensa em vacinas provavelme­nte pensa em bebés e crianças, mas podemos agora ter benefícios para os idosos”, salienta,

O diretor-geral da GSK em Portugal assinala que as vantagens estão, de resto, analisadas, apontando que estudos independen­tes realizados na Europa indicam que “por cada euro investido na vacinação de pessoas com mais de 50 anos há um retorno de quatro euros para a economia”.

Depois de, em abril de 2022, ter lançado a vacina contra o Herpes Zoster (Zona) em Portugal, a GSK introduziu no mercado português, no final de 2023, a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratór­io (VSR), estando ambas só disponívei­s no mercado privado, sem compartici­pação, embora haja “conversas” com entidades como a DGS ou o Infarmed, relativame­nte à possibilid­ade de uma eventual inclusão no Programa Nacional de Vacinação, com o acesso aos medicament­os a ser apontado como um ponto-chave que carece de melhorias. “O lançamento de um medicament­o está a demorar mais do que outros países e, às vezes, significat­ivamente”, lamenta.

“Só 0,3% [da verba da saúde] é dedicada à vacinação, o que nos coloca na parte de trás do pelotão na Europa. ERIC KING Diretor-geral da GSK em Portugal

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal