“Tempestade perfeita” catapulta cobre para máximos de 14 meses
O cobre tem estado a ganhar terreno, de forma sustentada. Desde o início do ano, o preço do chamado “ouro vermelho” já sobe perto de 9% e nesta quinta-feira escalou para máximos de 14 meses no Mercado Londrino de Metais (LME), ao negociar nos 9.380 dólares por tonelada.
A última vez que o metal industrial tinha estado nestes níveis foi a 27 de janeiro do ano passado e há vários fatores a contribuir para esta robustez, naquela que pode ser considerada uma “tempestade perfeita”. Um deles é a expectativa de cortes dos juros diretores pelo banco central dos EUA, já em inícios do verão, e a consequente depreciação do dólar – o que ajuda os ativos denominados na nota verde, que ficam assim mais atrativos para quem negoceia com outras moedas.
Mas não só. Muitos investidores estão a acorrer às compras deste metal – alcunhado de Dr. Cobre por ser considerado o único metal com doutoramento em economia, já que é um indicador avançado do crescimento económico – devido à perspetiva de crescentes riscos da oferta, num contexto de esperada retoma mundial da procura.
Os riscos para a oferta surgem de várias frentes. De um lado estão as perturbações em grandes minas, o que levou as fundições a pagarem preços historicamente altos para obterem o minério, e do outro está o facto de as fábricas chinesas (que produzem mais de metade do cobre refinado a nível mundial) estarem perto de implementar um corte conjunto de produção em resposta aos preços exorbitantes que estão a pagar.
Ao mesmo tempo, sublinha a Bloomberg, os sinais de um regresso ao crescimento da produção industrial estão a alimentar a perspetiva de um maior défice da oferta do metal, o que poderá ajudar a catapultar o cobre para novos recordes.
Ainda pairam receios em torno da procura por parte do setor imobiliário na China, por exemplo, mas, em contrapartida, espera-se que a Índia consuma mais metal devido aos avultados gastos em infraestruturas.
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