Jornal de Negócios

Obra de 1,5 milhões na barra do Douro pode atrasar energia das ondas

A israelita Eco Wave Power quer começar a construir o seu projeto de 1 MW no Porto no final de 2024, mas entretanto a APDL lançou um concurso para obras no molhe norte da foz do rio, que poderão durar até 18 meses.

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A Eco Wave Power – empresa israelita cotada no índice norte-americano Nasdaq, que inventou uma tecnologia para aproveitar a energia gerada pelo movimento das ondas perto da costa – tem planos para começar a construir o seu primeiro projeto de 1 MW à escala comercial no final de 2024 (ou início de 2025) no molhe norte da barra do Douro, localizado na foz do rio. No entanto, antes destas obras poderem ter início, a APDL - Administra­ção dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo terá de “proceder à reparação das anomalias ao nível da fundação” deste mesmo molhe.

Para a primeira fase da empreitada de reabilitaç­ão e requalific­ação da parte submersa da estrutura de betão, a APDL abriu já um concurso no dia 22 de março. A fase de apresentaç­ão de propostas encerra a 10 de abril. O valor do projeto será de 1,5 milhões de euros, com um prazo máximo de execução de 18 meses.

Por seu lado, a segunda etapa da empreitada está ainda em fase de estudo prévio e dirá respeito à parte do molhe que está fora de água. De acordo com a APDL, a estrutura portuária do molhe norte do Douro é composta por mais de 65.000 m3 de betão e 2.500 toneladas de aço, tendo ganho o Prémio Secil de Engenharia em 2009. A autoridade portuária destaca a capacidade da estrutura para resistir à ação das ondas, tempestade­s e correntes, e o papel crucial na proteção da entrada do rio. “Essa proteção é de particular importânci­a para a APDL, que deve preservar e manter as condições favoráveis para a segurança e eficiência do tráfego marítimo na região”, refere.

Apesar de todo este trabalho prévio ainda por fazer no molhe norte da barra do Douro, a Eco Wave Power mostra-se otimista e recentemen­te, no seu relatório anual, disse que em 2023 recebeu da autoridade portuária “a aprovação final necessária para o início das obras de construção do primeiro projeto de dimensão comercial no Porto”. Isto depois da “luz verde” ao projeto dada pela Direção- Geral de Energia e Geologia em 2021 (licença para instalação e ligação à rede) e da atribuição do Título de Utilização de Recursos Hídricos (pelo prazo de 10 anos) atribuído pela Agência Portuguesa do Ambiente. “Emitimos uma garantia de performanc­e à APDL, com o objetivo de solidifica­r o nosso compromiss­o com a construção do primeiro projeto comercial de energia das ondas num período de dois anos. Acreditamo­s que este será o primeiro projeto de energia das ondas no mundo a mostrar uma produção significat­iva de energia a partir da força das ondas”, referiu a empresa. Fonte da APDL disse ao Negócios que a Eco Wave Power está ainda, neste momento, em fase de desenvolvi­mento do projeto, tendo em conta as obras que serão feitas na estrutura do molhe onde será instalado o projeto, que poderá variar entre 1 e 5 MW, com uma capacidade anual de produção de 15 GWH.

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