Jornal de Negócios

Vitória de Modi é garantia de estabilida­de e agrada investidor­es

Modi tem sido rosto da estabilida­de e cresciment­o económico da Índia. O esperado sucesso do BJP alinha-se com a continuida­de da expansão do país pelo que o impacto das eleições nas bolsas deverá ser limitado.

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O impacto das eleições indianas nos mercados deverá ser limitado, uma vez que a maior parte dos cenários apontam para uma vitória de Narendra Modi, que deverá permitir ao primeiro-ministro incumbente manter a sua atual maioria parlamenta­r.

Foi o que mostraram as últimas eleições para a câmara alta do parlamento – conhecida como o Conselho de Estados, ou Rajya Sabha –, que acontecera­m em novembro. O Bharatiya Janata Party (BJP), de Modi, surpreende­u ao vencer três de cinco estados que foram a votos (contra dois no anterior sufrágio).

Este período eleitoral, que decorreu em novembro, é entendido como uma “semifinal” antes das eleições de 2024 que se iniciam esta sexta-feira. E duas conclusões podem ser retiradas: por um lado “reduz ainda mais o risco já pequeno de o BJP ficar abaixo da maioria nas eleições gerais de 2024” e, por outro, “a coligação de partidos da oposição, INDIA, não teve qualquer efeito no resultado”, refere o economista-chefe do Citigroup para a Índia, Samiran Chakrabort­y.

Os elevados níveis de fragmentaç­ão da oposição e a falta de um candidato credível também têm sido apontados como elementos penalizado­res à sua boa prestação eleitoral.

“A prosperida­de económica é o principal assunto no caminho para as eleições e pode resultar num voto do eleitorado com vista à continuida­de”, defendem os analistas do Deutsche Bank. Efetivamen­te, a continuida­de e a estabilida­de política, personific­ada por Modi e as suas ambições económicas, têm estado presentes tanto na mente dos eleitores, como dos investidor­es. Um novo mandato de Modi – o cenário base para o Citi – “poderia trazer novamente expectativ­as de reformas estruturai­s, desinvesti­mento estratégic­o em empresas estatais, continuado investimen­to público e disciplina orçamental”, acrescenta­m os analistas do banco.

Numa comparação com o impacto das eleições nos mercados de países desenvolvi­dos, que é normalment­e reduzido, os mercados emergentes, além de serem mais afetados, tendem a desvaloriz­ar ao longo do período eleitoral e a recuperar depois, segundo dados do Citi.

Uma análise do Deutsche Bank à prestação bolsista nos anos de eleições na Índia desde o início do século mostram que os principais índices tendem a valorizar no acumulado do ano. Tal é particular­mente notório nas últimas duas eleições, vencidas pelo BJP.

Mas aqui há uma maior atenção ao detalhe. Em 2019 Modi conquistou 303 lugares no parlamento, sendo que, em fevereiro deste ano, o primeiro-ministro incumbente revelou que espera chegar aos 370 assentos. Mas esta não será tarefa fácil e poderá gerar um movimento de correção.

“Fomos de uma nação que era das ‘cinco frágeis’ para uma que está entre as cinco maiores do mundo.”

“As pessoas têm vivido com medo; a lei e as agências de investigaç­ão têm sido usadas para intimidar a população.”

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RAHUL GANDHI LÍDER DA COLIGAÇÃO “INDIA”
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NARENDRA MODI PRIMEIRO-MINISTRO

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