Talento “made in” Porto faz magia na atração de investimento
O talento “made in” Porto tem sido o fator mais importante na atração de investimento direto estrangeiro para a Invicta, sinalizaram os participantes na mesa-redonda que se seguiu à apresentação do estudo de impacto económico, social e ambiental do programa Porto Leading Investors (PLI). Pedro Sousa Rodrigues, assessor do conselho de administração AICEP, pincelou ainda algumas nuances como “chamadoras” de investimento: “A capacidade que temos de oferecer um conjunto de licenciados e recursos humanos que são flexíveis, que falam várias línguas, que são polivalentes, que conseguem dar resposta de valor interessante”, elencou. “Há outros fatores, como a qualidade de vida e a capacidade em atrair gente para o Porto”, observou.
No entanto, há dois entraves no processo: as capacidades de reter o talento em Portugal e a de o país “se mostrar lá fora”, apontaram Maria Moura Oliveira, diretora da UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto), e João Maia, diretor-geral da APICCAPS (associação de calçado). Para a primeira, é imperativo saber reter os talentos “que nascem nas nossas faculdades”. Também a falta de capacidade de “nos sabermos vender” leva a que se perca várias oportunidades de expansão, referiu, trazendo para cima da mesa a estratégia de trabalhar em conjunto, para “orientar todo o país nesse sentido”. Esta tese foi também defendida por Maia, até para colmatar a falha que existe há vários anos na criação de marcas nacionais B2C. O setor do calçado, que não marca presença no PLI, começou o seu processo de expansão com a capacidade “de se vender fora de portas”, afirmou Maia.
Os intervenientes apontaram ainda a excessiva burocracia quando tentam aceder a programas de apoio, como os vouchers para startups, o que leva as empresas a “fugirem” para outros países. Apesar destes entraves, “Portugal sente a marca Porto. A cidade não se tem fechado, mas há que cooperar”, rematou o responsável da AICEP. ■