Jornal de Negócios

Talento “made in” Porto faz magia na atração de investimen­to

- BÁRBARA CARDOSO *Texto editado por Rui Neves

O talento “made in” Porto tem sido o fator mais importante na atração de investimen­to direto estrangeir­o para a Invicta, sinalizara­m os participan­tes na mesa-redonda que se seguiu à apresentaç­ão do estudo de impacto económico, social e ambiental do programa Porto Leading Investors (PLI). Pedro Sousa Rodrigues, assessor do conselho de administra­ção AICEP, pincelou ainda algumas nuances como “chamadoras” de investimen­to: “A capacidade que temos de oferecer um conjunto de licenciado­s e recursos humanos que são flexíveis, que falam várias línguas, que são polivalent­es, que conseguem dar resposta de valor interessan­te”, elencou. “Há outros fatores, como a qualidade de vida e a capacidade em atrair gente para o Porto”, observou.

No entanto, há dois entraves no processo: as capacidade­s de reter o talento em Portugal e a de o país “se mostrar lá fora”, apontaram Maria Moura Oliveira, diretora da UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universida­de do Porto), e João Maia, diretor-geral da APICCAPS (associação de calçado). Para a primeira, é imperativo saber reter os talentos “que nascem nas nossas faculdades”. Também a falta de capacidade de “nos sabermos vender” leva a que se perca várias oportunida­des de expansão, referiu, trazendo para cima da mesa a estratégia de trabalhar em conjunto, para “orientar todo o país nesse sentido”. Esta tese foi também defendida por Maia, até para colmatar a falha que existe há vários anos na criação de marcas nacionais B2C. O setor do calçado, que não marca presença no PLI, começou o seu processo de expansão com a capacidade “de se vender fora de portas”, afirmou Maia.

Os intervenie­ntes apontaram ainda a excessiva burocracia quando tentam aceder a programas de apoio, como os vouchers para startups, o que leva as empresas a “fugirem” para outros países. Apesar destes entraves, “Portugal sente a marca Porto. A cidade não se tem fechado, mas há que cooperar”, rematou o responsáve­l da AICEP. ■

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