It’s the oil, stupid
Folks, espero que tenham aproveitado este mega dip de 19 de abril para irem aos saldos. A tática buy the dip continua certeira, pelo menos enquanto as expectativas futuras para o mercado bolsista continuarem em alta. Os bons earnings de empresas como Microsoft, Alphabet, Visa, Tesla, UPS (a generalidade das cotadas têm apresentado números bem melhores do que os esperados) estão a puxar talvez surpreendentemente o mercado para cima, logo depois dessa queda provocada pelos receios de que a inflação esteja para ficar.
Temos aqui um paradoxo: a economia está a correr melhor do que o esperado e a inflação não abranda, prejudicando a ideia de que o Fed vai cortar os seus juros diretores em breve. Isto atira as bolsas para baixo. Mas pelo facto de a economia continuar a criar empregos e a sustentar consumidores e empresas, as companhias conseguem melhorias significativas nas suas vendas e lucros.
Talvez se o desemprego começar a subir (como muitos desejam), a economia comece a derrapar e a inflação a descer, facilitando o trabalho do presidente Jerome Powell. Mas se isso acontecer, os resultados empresariais serão mais cinzentos e ainda assim as bolsas podem catalisar isso num avanço significativo.
Pode a inflação continuar elevada? I guess que a força com maior impacto no andamento dos preços é o oil. Numa economia movida maioritariamente a carbono, um espirro no preço do combustível propaga-se facilmente a todas as cadeias de produção e distribuição dos produtos e serviços que diariamente compramos.
Desde o início de 2024 que o preço do crude não tem parado de subir, com um pico no começo de abril. No one can predict o conflito no Médio Oriente, é impossível dizer como se vai comportar a inflação nos próximos meses. Só é possível monitorizar o gráfico desta commodity e antecipar o andamento futuro dos preços.
Talvez lá para junho, seja um bocadinho mais benigno. Mas basta que os militares de Israel ou do Irão apertem nuns botõezinhos vermelhos e everything will be screwed up in a few seconds.
Nesta incerteza, o savvy investor deve continuar nas empresas tecnológicas de maior dimensão (menos expostas ao risco dos juros altos), em setores mais tradicionais (que também oscilam menos com estas volatilidades) e serem oportunistas para comprarem e venderem rapidamente estas pechinchas que inesperadamente vão aparecendo no mercado, como foi o caso da Meta na passada semana (ver caixa).
Ou então, se acreditarem que o pior no Middle East já passou e que o Presidente Biden consegue doravante controlar os seus aliados locais, começar a comprar discretamente essas empresas de maior risco e que podem cair se a guerra se intensificar ou ser uma verdadeira mina de ouro se, nos próximos meses, se chegar a uma boa solução para aquela zona do globo.
Grandes riscos, grandes lucros (or huge losses). That’s up to you, but I feel a little more optimistic. Como se diz aí em Portugal, não há fome que sempre dure, nem mal que nunca se acabe.
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