Men's Health (Portugal)

O QUE ACONTECE QUANDO… SOU VACINADO?

A COVID-19 PÔS O MUNDO A FALAR DE VACINAS como há muito não acontecia, mas são ainda várias as dúvidas e incertezas. E nada como tirar todas as teimas aqui e agora.

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01 O INIMIGO PREPRA-SE

Já diz a sabedoria popular que devemos manter os amigos por perto e os inimigos ainda mais perto. Ora, podemos também encarar as vacinas de igual modo. “Uma vacina é uma espécie de ‘imitador’ do vírus ou bactéria que causa uma doença, mas naturalmen­te este imitador não causa doença nenhuma. Esse ‘imitador’ ao ser inoculado numa pessoa, faz com que ela desenvolva defesas (sobretudo os famosos anticorpos, mas também outras defesas) que vão ficar guardadas numa espécie de ‘memória’ imunológic­a”, começa por explicar Paulo Paixão, professor assistente na NOVA Medical School - Faculdade de Ciências Médicas.

02 O CORPO REAGE AO INVASOR

Há reações imediatas que podem causar desconfort­o “nos primeiros 1-3 dias, mas que são passageira­s e não perigosas”, diz o especialis­ta. É o caso de dor no local onde a vacina foi administra­da, aumento ligeiro da temperatur­a e dor de cabeça. “As reações que dão a tal proteção demoram mais tempo a aparecer, cerca de duas semanas”. No caso das vacinas para a covid-19, “a proteção será assumida cerca de duas semanas após a segunda dose das vacinas atualmente aprovadas (ou duas semanas no caso da vacina que tem apenas uma dose)”, afirma o também investigad­or. Porém, importa salientar que o tempo até se atingir a proteção contra a doença depende da vacina e da doença que se quer combater. O Programa Nacional de Vacinação* tem toda a informação de que necessita.

03 A DEFESA ENTRA EM AÇÃO

Segundo Paulo Paixão, “as vacinas clássicas contêm o microrgani­smo causador da doença, mas de uma forma atenuada ou inativada”, não causando a doença. Na prática, explica, “estas vacinas ainda podem ser utilizadas para a covid-19, e algumas estão em escudo, mas as aprovadas até agora adotaram uma nova estratégia: utilizam o material genético do vírus, que quando chegar às células vai obrigá-las a produzir uma proteína (a proteína S, de spike), num processo semelhante ao que acontece na verdadeira infeção que vai originar os tais anticorpos e outras defesas contra esta proteína. Quando a pessoa entrar em contato com o vírus, estes anticorpos vão bloquear a proteína S do vírus, impedindo-o assim de infetar as nossas células”.

04 O INIMIGO É BLOQUEADO

Após a vacina, e quando a pessoa for infetada, “a tal ‘memória’ vai atuar, julgando que é o ‘imitador’ que está a atacar de novo, e lança as suas defesas contra o verdadeiro invasor, dando a proteção necessária”, explica. Na prática, “as nossas células protetoras vão reconhecer a proteína S do vírus e vão elaborar anticorpos e outras

formas de proteção que vão bloquear a proteína S do vírus, impedindo-o assim de infetar as nossas células”.

05 CONQUISTA-SE A IMUNIDADE

Com a vacinação, “pretende-se que a pessoa vacinada fique imune à doença ou, nos casos em que isso não é possível, que tenha uma forma mais ligeira da doença quando contactar com o agente infeccioso que a causa”, explica o SNS. Mas a imunidade pode ser de todos, como se pretende no combate à covid-19. “A nível da população pretende-se eliminar, controlar ou minimizar o impacto da doença na comunidade, sendo necessário que a percentage­m de pessoas vacinadas na população seja a mais elevada possível”, esclarece o organismo no seu site.

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