ROYSTON VASEY
nada uma banca de sanduíches, mas desconfia-se que a dona mistura carne humana na receita, e que terá estado na origem da epidemia hemorrágica que há duas décadas varreu a cidade. Pelo sim pelo não, é melhor não arriscar. Mais vale consumi-la no seu estado puro. Basta entrar no talho de Hillary Briss e perguntar pelo «produto especial». E cair nas boas graças do talhante, que só o vende a clientes especiais. (Convém alertar que, além de imoral e ilegal, o produto é altamente viciante. O sabor, porém, diz-se ser do outro mundo.)
Por debaixo desta capa de cidadezinha pacata, está na cara, Royston Vasey é tudo menos um sítio enfadonho. E a dar-lhe um colorido extra de bizarria está a estranha gente que a habita: o criador de sapos de competição, o taxista que fala em detalhe sobre a sua operação de mudança de sexo, a vigária que destila ódio em tudo o que diz, o lavrador que tem o amante da mulher preso dentro de um espantalho. Gente estranha, portanto. Tão estranha, que conseguiram espantar um circo de aberrações. Portanto, mesmo que o visitante consiga, de facto, sair de Royston Vasey, jamais conseguirá tirar Royston Vasey de si. serve de casa à galeria de personagens grotescas que habitam a comédia negra britânica ‘Liga de Cavalheiros’, cujo primeiro episódio foi transmitido há 20 anos, em janeiro de 1999.