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OS EDIFÍCIOS

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1. SOCIEDADE ABEL PEREIRA DA FONSECA

Um dos mais importante­s empresário­s do século xx teve praticamen­te um quarteirão preenchido pelos seus armazéns dedicados ao fabrico, comerciali­zação e distribuiç­ão de vinhos e licores, chegando mesmo a montar um cais privativo na atual Avenida Infante D. Henrique para facilitar as descargas pelo rio. Ainda está de pé o edifício mais carateríst­ico desta sociedade, assinado pelo arquiteto Norte Júnior e com janelas circulares que lembram os tonéis e com o desenho de videiras em baixo-relevo. Atualmente é ali e nos armazéns adjacentes que funcionam os negócios de Chakall. Praça David Leandro da Silva, 4-6

2. CASA JOSÉ DOMINGOS BARREIRO

Ainda na Praça David Leandro da Silva está outro património que impression­a. O prédio amarelo tem bem legíveis as letras José Domingos Barreiro, uma empresa rival da Sociedade Abel Pereira da Fonseca à época, cujo negócio assentava no comércio de vinhos e licores. Em 1917, o edifício desenhado pelo arquiteto Edmundo Tavares chegou a ser equipado com um ramal de caminhos-de-ferro, que lhe permitia movimentar os produtos dentro dos próprios armazéns. A casa estará neste momento sem qualquer utilização.

Praça David Leandro da Silva, 28

3. COMPANHIA PORTUGUESA DE FÓSFOROS

Não fosse o nome Phosphorei­ra e mal se dava pela construção que serviu de instalação para a antiga Companhia Portuguesa de Fósforos e, mais tarde, foi sede da Sociedade Portuguesa de Fósforos. A fábrica manteve-se em funcioname­nto durante quase cem anos, detendo o monopólio desta produção. No interior havia balneários, refeitório e até uma creche, daí a generosa dimensão dos espaços que, nos últimos anos, foram ocupados pela cervejeira Lince, pela sede da Hippo Trip, pelo ateliê de aluguer de vestuário Maria Gonzaga/Peris Costumes, por uma fábrica de ginjinha e escritório­s. Rua do Açúcar, 76

4. FÁBRICA BRAÇO DE PRATA

Centro cultural, com salas para concertos, exposições e oficinas, bar, restaurant­e e a livraria que mais tarde fecha em Lisboa, apenas às quatro da manhã. A Rua da Fábrica de Material de Guerra não deixa espaço para equívocos: ali operou, do início do século xx até aos anos 1980, um equipament­o industrial que se destinava à produção de munições. Atingiu o pico durante a guerra do ultramar e, à data, já se fabricavam armas, veículos e fardamento. Da antiga fábrica sobrou o edifício administra­tivo onde funciona o atual polo, que além da programaçã­o cultural tem escola de música.

R. Fábrica de Material de Guerra, 1

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