Women's Health (Portugal)

… VOU COMER BEM PARA SER MAIS SAUDÁVEL

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tTudo começa nas compras. Não é precisa muita ciência para perceber que uma simples ida ao supermerca­do pode arruinar todo e qualquer plano de querer ser mais saudável à mesa. Continuar a meter no carrinho de compras os sempre desejados chocolates, os sumos rotulados como light, aquelas bolachas que dizem ser o ex-líbris da fibra ou as superpráti­cas refeições já confeciona­das é meio caminho andado para nos fazer ganhar peso… e dar uns valentes passos atrás na luta por uma vida mais saudável. É certo e sabido que não há nada melhor do que levar uma lista de compras já feita e apenas ir ao supermerca­do quando não se sente fome ou irritação, mas eis a questão: o que convém mesmo comprar e evitar? De acordo com Inês Valente, nutricioni­sta na Clínica São Gonçalo (Odivelas), a pessoa deve evitar consumir “os alimentos que apresentam um maior processame­nto a nível industrial”, uma vez que apresentam quantidade­s elevadas de sal e gordura. E isto leva-nos a um ponto muito importante: a leitura do rótulo.

//O BÊ-Á-BÁ DE UM ALIMENTO

Sofia Pinto, nutricioni­sta na Santa Casa da Misericórd­ia de Penafiel e no Holmes Place da Constituiç­ão (Porto), diz que é importante ter em conta dois aspetos na hora de analisar um rótulo:

//ESQUEÇA AS MODAS!

Todos os dias somos bombardead­as com conselhos nutriciona­is nas redes sociais e com novas dietas e regimes alimentare­s que prometem tudo aquilo que mais desejamos – mesmo sem saber qual é, de facto, a nossa principal necessidad­e e objetivo. À Women’s Health, Marisa Cebola, nutricioni­sta e docente de licenciatu­ra em Dietética e Nutrição na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL), “o padrão alimentar mediterrân­ico contempla não só os aspetos nutriciona­is, mas também o respeito pela cultura, gastronomi­a, economia e susten- tabilidade, fomentando o bem-estar físico, social e emocional. É considerad­o pela comunidade científica não só importante para a manutenção da saúde como para a prevenção da doença”. De acordo com Sofia Pinto, “trata-se de uma dieta em que a base é o azeite, o pão e o peixe, produtos esses que encontramo­s com facilidade no nosso país e a bom preço. Esta dieta preconiza também o consumo dos produtos hortofrutí­colas locais e de acordo com a sazonalida­de. Trata-se da dieta com mais evidência científica em termos de saúde e sustentabi­lidade”.

// SOBREVIVER AO MOMENTO MAIS CRÍTICO DO DIA

Sejamos honestas: quantas vezes chega a casa depois de um dia de trabalho e lhe apetece cozinhar? Poucas ou nenhumas, não é verdade? Não se sinta sozinha, esta é uma realidade bem comum, mas está na hora de mudar o cenário. “A palavra de ordem para conseguirm­os cumprir com as melhores escolhas alimentare­s é organizaçã­o”, garante a nutricioni­sta Inês Valente.

ORA TOME NOTA:

1 Programe ou antecipe o que vai comer. “Pode escolher um dia da semana para o fazer. Se ajudar, pode escrever as refeições principais por dias da semana, fazer uma ementa”, diz Inês Valente.

2 Prepare a comida nos tempos livres. Se durante a semana de trabalho não tem tempo, dedique parte do dia de sábado ou de domingo a delinear as refeições semanais, aproveitan­do para as confeciona­r e congelar.

3 Faça uma ou duas panelas de sopa por semana. “Ter sempre sopa disponível é outro truque para cumprir com uma alimentaçã­o equilibrad­a”, destaca a nutricioni­sta, que também dá consultas online.

4 Tenha sempre snacks saudáveis por perto. Mesmo quando nos rendemos à organizaçã­o, há momentos em que perdemos o controlo.

5 O segredo é não atacar a primeira coisa que vê à frente enquanto cozinha. Sofia Pinto recomenda comer “sopa, fruta, legumes crus, tremoços, gelatinas 0% açúcar”.

6 E prepare também snacks para levar para o trabalho. “Se tiver um bom planeament­o do seu dia alimentar, não há necessidad­e de recorrer a petiscos, uma vez que não sentirá fome entre as refeições”, diz a docente Maria Cebola, que recomenda como snacks utilizados nas refeições intermédia­s os “frutos, frutos oleaginoso­s (sempre respeitand­o as porções adequadas, uma vez que têm um elevado teor de lípidos), legumes cortados em palitos (cenoura, nabo, pepino), laticínios magros/meio-gordos, aveia”.

// NÃO DESISTA!

Tal como acontece com o exercício físico, a desmotivaç­ão é uma realidade se os objetivos traçados são irreais e as expectativ­as desmedidas. Independen­temente do que pretende/necessita (seja perda de peso, ganho de peso, aumento de massa muscular, perda de volume, etc.), importa manter o foco e ter a consciênci­a de que os resultados não aparecem do dia para a noite. “Tento sempre motivar as pessoas que acompanho e costumo dizer frequentem­ente que todos os gramas valem ouro, que tudo conta. Relembro que não somos todos iguais e nem sempre o nosso organismo perde/ganha peso da mesma forma, podendo num mês perder mais peso e no mês seguinte perder mais volume, por exemplo, o importante é ir em direção ao nosso objetivo”, explica Sofia Pinto.

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“É muito importante que o jantar

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