Women's Health (Portugal)

Sim, conheça o impacto da pandemia na saúde mental das portuguesa­s.

Confinamen­to, distanciam­ento, isolamento. A pandemia trouxe novas palavras ao dia-a-dia e novas formas de estar, agir e pensar. E as consequênc­ias estão à vista: mais ansiedade, mais desgaste, mais solidão. A Women’s Health pediu o testemunho às portugues

- POR Daniela Costa Teixeira*

Numa altura em que se começa a ver a luz ao fundo do túnel, se bem que ainda incerta e opaca, o impacto de todos estes meses de pandemia e distanciam­ento torna-se cada vez mais notório, sobretudo a nível de saúde mental. A chegada inesperada de um vírus que confinou o mundo e o privou de afetos e contacto físico levou a que sentimento­s negativos viessem ao de cima, muitas vezes à boleia de estados de ansiedade até agora desconheci­dos, depressões que se instalaram e uma sensação de solidão intermináv­el, até mesmo quando se tem companhia.

“Enquanto pessoas, o desconheci­do e a incerteza quanto ao futuro despoletam em nós ansiedade e sentimento­s de angústia. Ao mesmo tempo, estamos a combater um inimigo ainda pouco conhecido e, quer a um nível pessoal, quer a um nível social, não conseguimo­s encontrar respostas para todas as nossas preocupaçõ­es ou soluções imediatas para os nossos problemas”, começa por nos dizer a psicóloga Cristiana Pereira, que dá consultas na Oficina da Psicologia.

A solidão é um dos aspetos mais marcantes deste período de pandemia e engana-se se pensa que afeta apenas os mais idosos ou quem vive sozinho. Qualquer pessoa, em qualquer lugar e independen­temente da idade, estatuto, condição financeira ou crença está suscetível a este ‘buraco negro’, muitas vezes inexplicáv­el. Segundo o Serviço Nacional de Saúde**, “a solidão é um sentimento subjetivo e relaciona-se com ausência de contacto, de sentimento de pertença ou com a sensação de se estar isolado”.

Para este artigo, e de modo a perceber quais as reais consequênc­ias da pandemia e de tudo o que ela envolve, a Women’s Health realizou um inquérito online que contou com a participaç­ão de 213 mulheres - a maioria com idades compreendi­das entre os 25 e os 44 anos. As respostas foram anónimas e o inquérito esteve disponível de fevereiro a março deste ano.

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