Women's Health (Portugal)

AO RITMO DO SEU PLANO DE TREINO

COMO FICAR EM FORMA E DIVERTIR-SE AO MESMO TEMPO? A RESPOSTA ESTÁ NA DANÇA E HÁ MUITO A EXPLORAR NESTE MUNDO.

- POR Mariana Botelho

Sente-se incapaz de completar uma aula de 60 minutos de cycling, mas não pensa duas vezes antes de passar horas e horas a dançar numa festa? Sabemos que muitas leitoras Women’s Helath se reveem nesta situação – e não estão sozinhas! O fenómeno dos vídeos de ‘treinos dançados’ no YouTube, de Pamela Reif ou MadFit, por exemplo, provam que é a dançar que muitas preferem se exercitar, e por isso não são poucos os vídeos de treino coreografa­dos ao som de conhecidos hits. Não há como ficar mal-humorada depois de 15 minutos ao som de Dua Lipa - e com a sensação de missão (de treino) cumprida!

A tendência está a crescer e é a prova de que o exercício físico serve para todos os gostos, mesmo que precise de disfarçar o treino com sabor a dança e divertimen­to. Para perceber o fenómeno a Women’s Health foi falar com quem conhece de perto a realidade nas escolas de dança.

Aos olhos de Ana Gasparinho, diretora geral da Jazzy, a escola Jazzy Dance Studios baseia-se em três grandes áreas: danças urbanas, sociais e técnicas. Embora sejam mais as mulheres a escolher a dança, essencialm­ente entre os 20 e os 35 anos, “estas aulas acolhem alunos de todas as idades e géneros”. Quanto aos objetivos que movem cada aluno da Jazzy, “socializar, divertir, treinar e ser bailarino profission­al”, enumera a diretora, que garante que a dança está a ganhar cada vez mais espaço enquanto método de treino, por ser “uma esco-lha diferencia­da de gerar prazer físico”.

Por outro lado, a Arcade é uma escola de street art onde a dança se foca essencialm­ente no Hip Hop e todas as valências que este estilo de dança engloba. O coreógrafo Cifrão é um dos professore­s destas aulas, procuradas essencialm­ente por um público mais jovem, entre os 15 e os 25 anos, embora conte também com alunos mais velhos, até aos 40 anos. “Temos público que se aguenta por muito mais tempo porque começam a aperceber-se que os benefícios da

ENTOS DE DANÇA EXIGEM É ESSENCIAL PARA QUALQUER

dança não são apenas físicos. São também psicológic­os e relacionam-se com a própria forma como nos integramos na sociedade”, explica Cifrão, que resume: “a dança funciona como atividade de grupo. Traz uma data de benefícios para cada um, enquanto pessoa. É por isso que muitos dos que vêm, ficam por muito tempo”.

Mais do que um treino, para Cifrão a dança é um momento de libertação, convívio e divertimen­to que, como bónus, trabalha o corpo todo, tornando qualquer dançarino mais ativo. Mas este não é o objetivo principal por que os alunos da Arcade procuram aquela escola. Fazem-no pela vontade de aprender a dançar. Tudo o resto é descoberto depois. E mesmo quem procure a dança como forma de se manter mais ativo, quando dança “esquece que está lá pela parte física e fica por tudo o resto, por ser uma arte que é muito gratifican­te de por em prática”, garante.

Já no Jazzy Dance Studios, “existe espaço e aulas específica­s para quem pretende iniciar, aprender, evoluir, socializar ou escolher a dança como vertente profission­al”, garante Ana Gasparinho, que acrescenta que, independen­temente da idade (a escola recebe alunos dos 3 aos 80 anos), “a dança permite experiênci­as e conhecimen­tos únicos como limitações do corpo, interação com o meio externo, incluindo outras pessoas, autoconhec­imento – corporal e mental – e a infinidade de movimentos que o corpo pode exercer, de forma coreografa­da ou improvisad­a”.

O certo é que, como lhe dirá qualquer personal trainer, o melhor treino é aquele que lhe dá prazer. Logo, se o que procura é uma atividade que a entusiasme e não careça de objetivos de treino mais específico­s, a dança pode ser o caminho para si. “Como em tudo na vida, se tivermos prazer no que fazemos, vamos faze-lo mais vezes e não vamos desistir. É como arranjar a profissão de que mais gostamos: se gostamos daquilo que fazemos, não é trabalho, é divertimen­to” equipara Cifrão.

Dito isto, quer vá para aprender, para explorar o movimento do corpo ou para se libertar através da arte, se quiser aperfeiçoa­r as suas técnicas de dança há que apostar em treinos complement­ares. Ganhar força, flexibilid­ade e outras carateríst­icas a que determinad­os tipos ou movimentos de dança exigem é essencial a qualquer dançarino que se queira profission­alizar. Como realça Ana Gasparinho, “para se atingir um nível considerad­o avançado na dança, é importante que o bailarino invista e trabalhe em aspetos físicos como a mobilidade, flexibilid­ade e força muscular. A dança exige, de forma específica e bastante intensa, movimentos repetitivo­s e aliados a grandes cargas horárias de aulas e ensaios. Nesse sentido, o trabalho de fortalecim­ento muscular é de extrema importânci­a para um melhor desempenho”, assim como os alongament­os, que “são essenciais para melhorar a postura, ativar a circulação sanguínea ou prevenir lesões”.

Resta questionar: deve a dança complement­ar a dança? Ou seja, se quem se inicia nesta prática deve experiment­ar vários estilos ou focar só num? Cifrão admite não saber ao certo a resposta e por isso tira as dúvidas através da partilha do seu caso pessoal. “Eu gosto muito do estilo onde estou inserido, no Hip-Hop, mas dentro desse tenho vários outros estilos: o locking, o popping, o brake ou o próprio Hip-Hop, que é a parte mais coreográfi­ca. Eu não conseguiri­a fazer uma só, gosto de todas estas vertentes e, também gosto de experiment­ar outros estilos de dança, como a salsa, que acho que me fez crescer enquanto bailarino de street dance ao descobrir alguns movimentos que consegui adaptar e trazer para o meu estilo. Por isso, acho que as pessoas devem experiment­ar vários estilos de dança até encontrare­m aquele de que mais gostam”, diz o coreógrafo, que deixa um conselho: “Se quiserem evoluir, têm de pensar no que pretendem e aprofundar­em-se em função do coreógrafo com quem querem trabalhar”.

Primeiro passo? Experiment­ar e explorar a dança até encontrar o estilo que mais a entusiasma. Depois disso, resta-lhe deixar-se levar pela música! De nossa parte, ficam as duas sugestões de escolas por onde começar.

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