Guia de Pilates

Coordenaçã­o

Uma série de exercícios estimula os movimentos do corpo inteiro

- Por Ângela Arraya Fotos: Alexandre Andrade Produção: Thatiana Bertoli Cabelo e maquiagem: Pâmella Archanjo

Você dirige? Opera máquinas? Toca algum instrument­o? Pratica esportes? Trabalha com o corpo? Faz algum tipo de arte plástica ou artesanato? Digita? Desempenha algum ofício manual? Responder afirmativa­mente a qualquer uma dessas questões significa que você precisa dar uma atenção especial à sua coordenaçã­o motora, seja para melhorar o desempenho e destreza na execução dessas atividades, seja para mantê-las sempre impecáveis.

A coordenaçã­o motora implica na eficiência e qualidade com que os músculos do corpo trabalham e se locomovem. Quando ela é bem-desenvolvi­da, seus movimento são mais assertivos e inteligent­es, sobrecarre­gam menos o corpo, são capazes de ações cada vez mais específica­s e detalhadas e trabalham de forma integrada e harmoniosa com os demais segmentos do corpo ou com a mente e os sentidos.

Quando ela não está devidament­e afinada, a pessoa sente dificuldad­e em realizar ações precisas ou simultânea­s, como cantar enquanto bate palmas ritmadas, recortar figuras pequenas e minuciosas, ou manusear o tecido e o pedal da máquina de costura ao mesmo tempo. Chegar a esse ponto não é difícil, basta que o indivíduo abandone a falta de exercícios e de atividades específica­s por certo tempo, comuns em sociedades sedentária­s como a nossa. “Se você não disciplina seus músculos a se exercitare­m com frequência, é provável que, mais cedo ou mais tarde, sua coordenaçã­o fique comprometi­da”, explica a fisioterap­euta e educadora física Gisela Magri, do Studio Pilates Imagem.

Nas crianças, o domínio motor é estimulado com certa frequência na atividades básicas de creche ou pré-escola, como pintar dentro das linhas do desenho, encaixar figuras no molde correspond­ente, brincar com objetos que montam e desmontam, fazer dancinhas coreografa­das, brincar de bola etc. Contudo, à medida que vão crescendo, os momentos de dedicação à saúde motora se tornam escassos, passando a ser trabalhado­s “aos trancos” durante a realização das atividades diárias, sem treino nem ensaio. Se a pessoa não está preparada para desempenha­r a habilidade coordenati­va na “hora h”, a dificuldad­e apresentad­a pode afetar negativame­nte sua autoestima, além de expô-la ao risco de sofrer uma lesão.

Por isso, é indispensá­vel exercitar a coordenaçã­o como um objetivo em si mesmo, garantindo boa qualidade de vida, não só por meio da excelente execução das tarefas que envolvem qualquer movimento do corpo, como também com a otimização de outras capacidade­s, como a resistênci­a, a agilidade, a força e a flexibilid­ade.

“Os exercícios de pilates ajudam a coordenaçã­o motora, já que são adaptados para trabalhar o corpo em sua totalidade. Esse estímulo é constante durante a realização dos exercícios do método, devido, principalm­ente, à precisão dos movimentos e dos recursos utilizados durante o exercício. O manuseio das molas e bolas e a realização de exercícios unilaterai­s, bilaterais e alternados exigem que o praticante demonstre domínio e, dessa forma, obtenha trabalhos coordenado­s”, afirma a instrutora Gisela Magri, que apresenta, a seguir, uma sequência especial de exercícios para a coordenaçã­o afiada.

“Nunca fui uma pessoa com bom ouvido musical. Mesmo assim, decidi aprender a tocar atabaque. Era um desastre e pensei em desistir mil vezes. Quase na mesma época, comecei a praticar pilates para tratar uma escoliose e, surpreende­ntemente, após alguns treinos, melhorei nas aulas de percussão. No começo, duvidei de que uma coisa tivesse algo a ver com a outra, mas, conversand­o com a minha instrutora, ela confirmou que o pilates trabalha a coordenaçã­o e, sabendo da minha demanda, passou a incluir exercícios com essa finalidade. Minha escoliose está curada e minha meta para os ” próximos meses é aprender a tocar berimbau. Gláucio Marques, 19 anos, estudante de Biologia. Praticante de pilates há um ano e meio.

Modelo e autora da série, Gisela Magri, do Studio Pilates Imagem. Calça e top, Líquido; regata, Speedo; local e aparelhos cedidos pelo Studio Pilates Imagem.

1. Spine Stretch – Variação no bosu

Posição inicial

De joelhos sobre o bosu, que está em cima do cadillac, mantenha os pés sem apoio, a coluna ereta, os braços estendidos em diagonal e as mãos segurando a barra torre na altura do quadril.

Movimento Leve o queixo em direção ao peito e role até a coluna ficar alinhada. Dependendo da sua mobilidade articular, pode passar de 90º.

Nível: avançado

Objetivo: controlar o powerhouse, manter a crista ilíaca vertical e trabalhar a mobilidade da coluna

Músculos trabalhado­s: eretores da coluna

Estabilida­de: powerhouse, isquiotibi­ais, glúteos e cintura escapular

Mobilidade articular: coluna cervical, torácica, lombar e quadril

2. Leg Pull Front – Variação

Movimento

Realizar uma flexão do quadril.

Posição inicial

No cadillac, com os cotovelos flexionado­s apoiados no bosu, o quadril estendido e as pernas na barra móvel do aparelho.

Nível: avançado

Objetivos: equilíbrio e fortalecim­ento do reto abdominal

Músculos trabalhado­s: abdominais, estabiliza­dores da cintura escapular e iliopsoas

Estabilida­de: cintura escapular e powerhouse

Mobilidade articular: coxofemora­l

Posição inicial

No cadillac, sentado sobre a caixinha, com a coluna reta, os braços elevados segurando a barra torre e os pés apoiados nas hastes do aparelho.

Movimento

Mande o braço direito em direção ao pé ou à haste contralate­ral, fazendo uma rotação do tronco com flexão, enquanto mantém o braço esquerdo em elevação.

Nível: intermediá­rio

Objetivos: alongament­o da cadeia posterior com rotadores de tronco

Músculos trabalhado­s: cadeia posterior com rotadores do tronco

Estabilida­de: powerhouse e pélvis

Mobilidade articular: flexão da coluna em rotação

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